Uma das mais jovens empresas a produzir rum da Madeira criou uma marca que é herdeira de uma longa tradição: William Hinton.
Autoria: Essential Madeira
Foi o iniciador de uma família que prosperou e cuja história se confunde com a cultura da cana-sacarina e seus derivados, como o açúcar, o álcool ou o rum agrícola, localmente conhecido na Madeira como aguardente. Em 1845 criou a maior empresa da Madeira, a Fábrica do Torreão, e provavelmente, na época, a maior empresa da Europa a produzir açúcar.
A atividade terminou em 1986. Duas décadas depois, Jimmy Welsh, um dos descendentes da família Hinton, cria o Engenho Novo da Calheta herdeiro do know-how do antigo engenho.
Com a experiência veio também um alambique centenário de onde sai a maior parte da produção atual. Da família, que já não está ligada à empresa vem também o nome da marca: William Hinton.
Há três anos que Mário Gomes é embaixador da marca. É ele quem conduz a Essential pelo processo de produção e pela explicação da gama de produtos. É também ele o responsável por falar do rum da Madeira nos mercados para onde o William Hinton, criado há três anos, se está a expandir. A expansão feita com o apoio da empresa Icon Key “foi inicialmente pensada para o mercado nacional”, mas “vamos nos movimentando também consoante os mercados onde a Icon Key se vai estendendo: Itália, França ou Luxemburgo.”
Na estratégia de exportação, o Engenho Novo da Calheta procura mostrar que a produção de cana-de-açúcar é antiga na Madeira. Tem quase 600 anos e que por consequência o rum tem tradição. Os rótulos das garrafas são, por causa disso, uma associação aos descobrimentos.
A Madeira produz 5 por cento do rum mundial. Mário Gomes explica os números: “Aqui cinco empresas produzem 600 mil litros. A mais pequena da Martinica produz quatro milhões.”
O produto é destilado do próprio sumo da cana-de açúcar. É “um rum agrícola, sem açúcar”. A produção é mais intensa entre abril e maio, quando as canas são moídas. O sumo resultante é guardado em tanques de fermentação. 24 horas depois é obtido o produto final. A partir daqui está aberto o caminho para diversos processos de envelhecimento.
A maior parte do mercado é feita com runs mais novos, de consumo imediato. Mário Gomes explica que “para envelhecer rum é preciso esperar três, seis ou nove anos.” A empresa aposta na capacidade de envelhecer parte do produto, porque o rum mais velho tem mais valor comercial.
Para já estão disponíveis várias idades. O mais jovem é branco e com 40% de álcool. É usado, por exemplo, na tradicional poncha da Madeira.
Outro dos mais populares é o de 9 meses, com envelhecimento em cascos de carvalho para “arredondar o sabor”, ideal “para fazer um daiquiri, ou mojito, um cuba livre”, explica Mário Gomes.
Já o rum de 3 anos é um blend de lotes com mais de três anos, com um sabor marcado por “caramelo e baunilha”.
Mais exclusivas são as garrafas single cask, direcionadas para colecionadores. Com 42% de álcool, são uma mistura de runs velhos e novos, envelhecidos durante “mais de 9 meses em barricas de Porto, Madeira, sherry, brandy, ou bourbon, que lhe conferem um acabamento mais requintado”.
As garrafas são numeradas e apresentam a indicação de “quantas foram feitas bem como vem o ano de embalagem e o número do casco. Por exemplo, no caso do sherry foram produzidas 340 garrafas.
Dentro da garrafa William Hinton – Limited Edition há um blend de um rum de seis anos do Engenho Novo da Calheta com rum de 25 anos ainda da antiga empresa William Hinton unindo assim duas gerações Hinton.
A gama apresenta ainda rum branco com 69% de álcool, obtido através de fermentação natural. Um dos próximos lançamentos será uma gama com 9 anos, mas é necessário esperar que o tempo passe. Nessa altura esse passará a ser o rum mais velho da empresa.
The tradition of rum
Author: Essential Madeira
In 1838, William Hinton did as many brits had done before him and would continue to do long after him and set sail to Madeira in search of a better life and a role in Madeira’s commerce which had a prime consumer in the UK.
He established a family that prospered and whose history can very easily be mistaken with the one of sugarcane and affiliated products such as sugar, spirits or agricultural rum, known to locals as aguardente, literally meaning burning water. In 1845 he created Fábrica do Torreão, Madeira’s largest firm and Europe’s biggest sugar producer at the time.
It ceased operating in 1986. Two decades later, a descendent of the Hinton family, Jimmy Welsh, applies the know-how produced by the old mill and established Engenho Novo da Calheta.
From the old mill, he also inherited a hundred year-old alembic which is the origin of most of the current production. Though the family is no longer involved, the firm has branded their name: William Hinton.
Mário Gomes has served as ambassador for the brand for three years. He is the one who guides Essential through the production process and explains the product range. And he is also the one who is in charge of presenting Madeira rum in the markets where the William Hinton, created only three years ago, is expanding to. The expansion has benefited from the support of the Icon Key company ‘It was initially conceived for the national market’ but ‘we move according to the markets where Icon Key extends to: Italy, France or Luxemburg’.
The exports strategy is based on showing how old Engenho Novo da Calheta’s production of sugarcane is on the island. Produced here for almost 600 years, rum is a tradition in Madeira. Hence, bottle labels allude to the age of maritime exploration.
Madeira produces only 5 per cent of the world’s rum. Mário Gomes breaks down the numbers: ‘Five companies here produce 600 thousand litres. Martinique’s smallest firm produces four million’.
The product is distilled from actual sugarcane juice. It is ‘a sugarless agricultural rum’. Production peaks between April and May, when sugarcanes are grinded. The resulting juice is kept in fermentation tanks. One day later, the end-product is finished. This makes several ageing processes possible.
A large part of the market is composed of younger rums, for immediate consumption. Mário Gomes explains how ‘ageing rum requires three, six or nine years’. The firm is investing on its ability to age part of the production because older rum has a greater commercial value.
Different ages are available at the moment. The youngest one is a white rum with 40% alcohol volume. It is used, for instance, in the making of the typical Madeiran beverage, poncha.
Another popular rum is the 9 months old, aged in the oak barrels to ‘round up the flavour’, ideal ‘for a daiquiri, mojito or cuba libre’, says Mário Gomes.
The 3 year-old is a blend of batches that are older than three years and tastes of ‘caramel and vanilla’.
The single cask bottles are more exclusive, meant for collectors. With an alcohol volume of 42%, they are a blend of old and young rums, aged for ‘over 9 months in Port, Madeira, sherry, brandy or bourbon caskets, which give it a more refined finish’.
Bottles are numbered and state ‘of how many they were made as well as the year of packaging and the cask number’. In the case of sherry for instance, 340 bottles were produced.
The William Hinton Limited Edition bottle contains a blend of six year-old rum by the new firm with rum of 25 years still by the old William Hinton firm, in effect conjoining two Hinton generations.
The brand also offers a white rum with an alcohol content of 69%, fermented naturally. One of the upcoming releases is a range of 9 year-olds but the time has yet to come. When it comes out, this will be the firm’s oldest rum.
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