27 outubro 2020

Confraria vai à caça da sétima maravilha na ilha dourada

A CEM – Confraria Enogastronómica da Madeira desloca-se ao Porto Santo no próximo sábado, dia 31 de outubro, para realização do seu encontro cultural enogastronómico mensal, que terá lugar pelas 13h00 na Quinta da Tamargueira tendo como prato principal uma das Sete Maravilhas da Gastronomia de Portugal – o Coelho de Porto Santo à Caçador.

Em 2011, este foi um dos 18 pratos da Região inicialmente candidatos às Sete Maravilhas da Gastronomia, entre os quais a famosa espetada madeirense, sendo o Coelho de Porto Santo à Caçador o único eleito pelo júri para seguir no concurso, triunfando como melhor prato de caça. A época era um prato apenas conhecido por uma população idosa do Porto Santo mas atualmente é uma referência da Região.

Para além do coelho os ingredientes são segurelha, alecrim, salva, cebola da Madeira, alho seco da Madeira, vinho caseiro da Madeira, vinagre de vinho caseiro da Madeira, sal e pimenta da terra.

Tendo em consideração que estamos em plena época venatória, que iniciou na Região a 4 de outubro, é uma excelente ocasião para visitar a ilha dourada e desfrutar in loco desta maravilha e de outras propostas no âmbito do II Festival Gastronómico da Caça e da Pesca que ocorre em diversos espaços até 1 de novembro, numa organização da Associação de Indústria, Comércio, e Turismo do Porto Santo (AICTS).

Na Imprensa:

> JM-Madeira: Confraria realiza encontro no Porto Santo

> Diário de Notícias da Madeira: CEM realiza encontro mensal no Porto Santo

26 outubro 2020

Convocatória Assembleia Geral Extraordinária - Eletiva

Vimos por este meio e por indicação do Sr. Presidente da Mesa da Assembleia Geral da CEM, Luís Alberto Policarpo Gouveia, remeter a Vossas Ex.ªs a Convocatória para a Assembleia Geral Extraordinária - Eletiva, a realizar no dia 27 de novembro de 2020, que terá lugar na sede da Confraria, sita na Rua do Mercado, 9325-034 Estreito de Câmara de Lobos, Ilha da Madeira.



25 outubro 2020

Elsa Maria da Silva Ferreira | Pedra de Fogo

É no extremo Leste da Ilha da Madeira, na freguesia do Caniçal, mais propriamente, no Parque Agrícola do Caniçal, que se situam os vinhedos que dão origem ao vinho tinto Madeirense “Pedra de Fogo”, onde as particularidades geomorfológicas do local apresentam afloramentos rochosos de pedra vermelha e pedra basáltica. A especificidade do local, a proximidade do mar, o sistema de condução e as modernas técnicas de produção e vinificação tornam este vinho num néctar equilibrado e com boa frescura.

Elsa Ferreira é o nome da produtora do vinho, é formada em Eng.ª Agrícola. Ao finalizar o curso, surgiu a oportunidade de desenvolver este projeto no Parque Agrícola da Caniçal, abraçou-o com muita garra, ousadia, determinação e dedicação, quando a oportunidade se junta à circunstância tanto melhor. Com uma área bruta de 2 ha, entre a Serra e o Mar , em 2003 iniciou-se a plantação das vinhas com a casta Touriga Nacional, cujo principal objetivo era e é a produção de um vinho tinto de mesa Madeirense – DOP Madeirense. A colheita de 2007 foi a primeira a ser lançada no mercado. O vinho “Pedra de Fogo”, é um vinho com caraterísticas muito próprias, é produzido unicamente com uvas da própria exploração da casta plantada, a Touriga Nacional. As vindimas ocorrem geralmente na segunda semana de Setembro, a colheita é manual e a uvas são vinificadas na Adega de São Vicente. Anualmente, produzem-se cerca de 6 mil garrafas, que são comercializadas no mercado Regional. O vinho “Pedra de Fogo”, tem uma excelente aceitação por parte dos consumidores.



It is at the eastern end of Madeira Island, in the parish of Caniçal, more precisely, in the Parque Agrícola do Caniçal, that the vineyards that give rise to the Madeiran red wine “Pedra de Fogo” are located, where the geomorphological particularities of the place present rocky outcrops of red stone and basaltic stone. The specificity of the place, the proximity to the sea, the driving system and modern production and winemaking techniques make this wine a balanced nectar and with good freshness.

Elsa Ferreira is the name of the wine producer, she graduated in Eng.ª Agrícola. At the end of the course, the opportunity arose to develop this project in the Parque Agrícola da Caniçal, embraced it with great determination, boldness, determination and dedication, when the opportunity joins the circumstance all the better. With a gross area of 2 ha, between the mountains and the sea, in 2003 the planting of vineyards began with the Touriga Nacional grape variety, whose main objective was and is the production of a Madeirense red wine - DOP Madeirense. The 2007 harvest was the first to be launched on the market. The “Pedra de Fogo” wine, is a wine with very specific characteristics, it is produced only with grapes from the planted grape variety, Touriga Nacional. Harvesting usually takes place in the second week of September, the harvest is manual and the grapes are vinified at Adega de São Vicente. Annually, about 6 thousand bottles are produced, which are sold in the Regional market. The “Pedra de Fogo” wine has an excellent acceptance by consumers.

Entrevista - De Pedra e Fogo

21 outubro 2020

Espetada ocupa o 9º lugar num estudo da Taste Atlas



Segundo um estudo da Taste Atlas sobre a gastronomia portuguesa a "Espetada" madeirense ocupa a 9.ª posição dos 12 pratos mais populares a nível nacional. Neste estudo o Bacalhau ocupa o 1º lugar e em último está o Caldo Verde.

Estreito de Câmara de Lobos, 21 de Outubro de 2020.


According to a study by Taste Atlas on Portuguese gastronomy, Madeiran "Espetada" occupies the ninth position of the twelve most popular dishes at the national level of Portuguese gastronomy, in this study Bacalhau occupies the first place and last is Caldo Verde.



THE MADEIRENSE SPECTADA AND ITS INTRODUCTION IN THE RESTORATION

Brief historical notes
Manuel Pedro Silva Freitas

Espetada is the term used in Portugal to designate a gastronomic technique in which food is placed on a spit. Although meat is used more frequently, it is possible to use a huge variety of other food products, such as fish, seafood, vegetables, etc. depending only on their availability, culture of each population or locality, or the imagination of the cooks.

This dish is found all over the world and takes on different names depending on the country or ingredients.

However, on Madeira Island, the kebab has some particularities, not only because it assumes itself as the most important typical Madeiran dish, but, in its traditional form, it is made only with beef and the skewers used are manufactured with branches of laurel.

Initially, this was a dish that could only be enjoyed in Madeiran festivals or pilgrimages, where, in addition to the music band, there were plenty of stalls for the sale of meat and regional wine. These festivities of a religious nature, in addition to generating a great movement of people, since the local populations were joined by a large number of outsiders from more distant parishes, many of whom stayed overnight from the day before to the day of the party, constituted moments of particular importance not only for faith, but also for trade.

Indeed, these parties were presented as one of the rare opportunities for a significant number of locals and outsiders to eat beef, a food that due to its cost only went to the table of the less affluent population, "from party to party".

Although some people purchased the meat to be cooked in their homes, many, and especially foreigners, ate it at the sales points, the food and drink stalls, which for this purpose made a fire and skewers available to customers. made from laurel branches, a plant also used to cover the lower part of the flagpoles that decorated the places of the party and to cover the structure of the tents.

He acquired the meat, it was cut into small cubes which were then skewered on the skewer and then sprinkled with table salt. This done, the skewers were placed a few centimeters above the embers produced by the fire, which was continuously fed with wood.

After roasting, it was time to eat. One of the people took the skewer and put it in a position so that the people in the group, usually in a circle and standing, would take the meat off the skewer and eat it. As an accompaniment, wine was served, purchased in one of the various tents in the camp. Although wine was originally the drink used as an accompaniment to kebabs, with the advent and promotion of soft drinks, wine has often been mixed with orange in order to not only reduce its alcohol content, but also diluting the high degree of acidity that most of the wines produced by people and sold in stingrays had. Little by little the beer was also able to implant and even overcome the wine, either ingested in isolation or mixed with oranges, a combination that, like the mixture of wine with oranges, received the epithet of "drink from camp".

Associated for centuries with the festivals, in the 50s, Francisco da Silva Freitas makes, in the parish of Estreito de Câmara de Lobos, his introduction of the kebab in the restoration, through the creation of the first kebab restaurant in Madeira.

Beginning by preparing skewers for a circle of regulars at his commercial establishment and in which the meat of each skewer was shared equally by all, who also paid equally, this practice multiplied soon and little by little it attracted even the small bar that he owned an increasing number of people, a fact that conditioned the appearance of a restaurant.


Although Francisco da Silva Freitas had never been concerned with choosing the name to give to his restaurant, customers soon started referring to it as “Vides”, a fact associated with the type of material with which the brazier was made to bake it. beef. The choice of vides to make the brazier where the meat was roasted had to do with its easy availability in the locality, or it was not the parish of Estreito, an important wine region, or better, the mill of Madeira and also the fact that burned does not give off an odor likely to alter the flavor of the meat. Subsequently the vines would be replaced by pine wood which, despite producing some odor, does not significantly alter the flavor of the meat and has the advantage that the brazier produced is more durable and, therefore, more economically profitable.

After the success of this initiative, in the parish of Estreito, , the kebab as a dish of the Madeiran restoration would quickly spread throughout Madeira, initially in the form of specialty restaurants, some of which still exist today, where the kebab was the single or the most important dish and then, becoming part of the usual restaurant menu.

The fact that it was in the Estreito de Câmara de Lobos, the place where the skewer was first introduced in the Madeiran restoration, gives this parish the status of cradle of the skewer, which means that visiting the island of Madeira and not eating a skewered in the Straits of Câmara de Lobos, it's like going to Rome and not seeing the Pope.

When it was created, the As Vides restaurant was first installed on the edge of what is now called Rua da Igreja, where the building of the Estreito shopping center now stands and where customers ate inside stalls built with laurel branches. Later, the restaurant would move to the premises it currently occupies on Rua da Achada. In this place, following the old tradition, laurel stalls were also built, equipped with tables and chairs, where customers ate. A fire in the meantime that would destroy the tents like the restaurant itself, would lead its owner, in its reconstruction, to choose another type of material.

With the "industrialization" of this dish, the skewers instead of the laurel stick, which gave them a sui generis flavor, started to be made with iron or aluminum and the accompaniment included other ingredients, namely the salad, the potato and the fried corn and the bolo do caco, which, in a way, would replace the homemade bread, sometimes available in the camps. The "take the meat off the skewer and eat it by hand" would be replaced by a fork and knife.

Regarding the seasoning, originally seasoned only with salt, then garlic and eventually the pepper called "da terra", that is, fresh and bay leaves, would be added, whenever the branches of this plant could not be used as a skewer. On the other hand, to ensure a better homogenization of the various seasonings, they started to be mixed with the meat before it was placed on the skewer.

Biographical data of Francisco da Silva Freitas

Francisco da Silva Freitas, was born in the parish of Estreito de Câmara de Lobos, where he was born on September 6, 1922. Having been the youngest son of João da Silva and Antónia de Jesus Figueira, this would end up conditioning his stay in his parents' house, where he would start a family and where, together with his agricultural activity, he would explore a small family bar. In the 50s of the twentieth century, he introduced the kebab, until then only made in festivals, in the Madeiran restaurant, thus emerging his bar, transformed into the restaurant “As Vides” as ex-libris of this innovation.

From her wedding, celebrated on January 17, 1949 with Cecília Gregória de Nóbrega, 8 children would be born, two of whom would end up continuing the restoration activity she created.

19 outubro 2020

Mostra do Pão foi um sucesso

A 'I Mostra do Pão 'do Porto Santo terminou um dia antes do previsto, por causa do alerta laranja para tempo chuvoso, mas foi bem sucedida. É mais um cartaz para a animação da Ilha.

Fonte: edição impressa do JM-Madeira, de 19 de Outubro de 2020.

16 outubro 2020

Viagem gastronómica: os pratos mais típicos da Europa

Venha descobrir os pratos mais típicos de cada país europeu, numa volta gastronómica cheia de sabor. Um aviso: este artigo pode prejudicar a sua dieta.

Já sabemos que em Portugal se come muito bem, mas temos de ser sinceros: os outros países europeus também não se portam nada mal neste capítulo. Não é por acaso que as gastronomias de Itália, França ou Espanha são famosas mundo fora, e em todos os países existem pratos que não só representam a sua gastronomia como a alma e os costumes. É essa viagem que lhe propomos fazer agora, a mais deliciosa de todas, pelos pratos mais típicos da Europa. Mesmo sem sair aqui do burgo…

Itália

A piza pode ser a melhor invenção desde a roda (a outra) e provavelmente os italianos têm mais maneiras de cozinhar pasta do que nós bacalhau. Ainda assim, a nossa sugestão é uma receita siciliana, arancini, um pastel de arroz, recheado, panado e frito, ideal para aproveitar as sobras do risoto… Porque é confort food e finger food e sabe mesmo bem não desperdiçar nada. O arancini pode ser feito com vários tipos de recheio (e isso também vai depender do tipo de risoto), mas o mais tradicional é com recheio de mozarela, acompanhado por um molho arrabiata (de tomate).

Viagem gastronómica: os pratos mais típicos da Europa | Unibanco

Onde comer: o Casanova é uma das pizarias mais conhecidas de Lisboa (mesmo ao lado do Lux) e serve uns ótimos arancini de entrada, com mozarela e carne no recheio. Morada: Avenida Infante D. Henrique, Cais da Pedra, Armazém B, loja 7. Tel.: 218 877 532

Espanha

A gastronomia espanhola converteu-se nos últimos anos numa das mais admiradas da Europa, graças aos génios de Adrià, dos irmãos Roca ou de Berasategui, mas a fama dos seus pratos tradicionais é bem mais antiga – e muitos deles são parecidos aos nossos: polvo à galega, migas, croquetas, cocido… ou se calhar os nossos é que são parecidos aos deles. De todos, a paella à valenciana será mesmo a mais famosa – e aquela que gera mais discussões no país vizinho: os mais puristas acham que não pode levar nem peixe nem marisco (só frango, coelho e caracóis), mas o próprio Diccionario de La Real Academia Española define-o como: “Plato de arroz seco, con carne, pescado, marisco, legumbres, etc., característico de la región valenciana, en España.” Os espanhóis nunca se entendem…

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Onde comer: Los Ibéricos. Como o nome indica, aqui reina a comida da península, especialmente tapas, mas também não faltam opções de arrozes com destaque para as paellas: vegetariana, de polvo, marisco e, claro, a tradicional valenciana. Morada: Largo do Castelo, 3 Leça da Palmeira. Tel.: 224 965 049

França

Todos associam França à nouvelle cuisine, e por certo que aperfeiçoaram as técnicas de culinária na base de toda a gastronomia moderna, mas a NC tem também uma conotação de leveza negativa que não vai encontrar neste prato vegetariano: ratatouille, famoso porque até emprestou nome ao filme sobre o chef rato. Trata-se de uma receita rústica, de agricultores da Provence, à qual sucessivos chefs foram elevando a haute cuisine: “Os diferentes vegetais devem ser cozinhados separadamente, depois combinados e cozidos devagar, juntos, até obterem uma consistência cremosa e suave”, diz o Larousse Gastronomique

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Onde comer: e que tal experimentar fazer esta receita com a boa ajuda do Larousse online?

Bélgica

Podíamos falar de waffles, mas nenhum prato representa melhor a Bélgica do que as moulles frites – literalmente mexilhões com batatas fritas. Antigamente, os mexilhões eram uma das comidas mais baratas e fáceis de encontrar a norte, e as batatas a sul, onde se diz que foi inventada a variante frita. Os dois juntaram-se e nasceu este prato que, tal como país, resulta da união entre flamengos e valões. Ainda por cima, casa na perfeição com outra genialidade belga: a cerveja.

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Onde comer: em Campo de Ourique existe mesmo um sítio chamado Moules & Beer, e o nome diz tudo. Incrível variedade, da mais tradicional à sofisticada. Com versão a norte, chamada Moules & Jugs, e, em Cascais, Moules & Gin. Morada: Rua 4 Da Infantaria, 29 D, Lisboa . Tel.: 213 860 046

Escócia

haggis é o prato tradicional da Escócia e consiste no bucho (estômago) de carneiro recheado com as vísceras (coração picado, fígado e pulmões) temperadas com cebola, especiarias e tudo ligado com aveia. Para quem está a pensar que os escoceses são uns bárbaros, lembrem-se só dos maranhos e negalhos cá da terra… O haggis pode ser surpreendentemente bom e não há nada de mais escocês, onde é o prato oficial das ocasiões especiais, como a Burns Night, para celebrar o poeta mais famoso da terra. Por vezes a sua chegada até se faz anunciar com pompa, circunstância e gaitas de foles. Para acompanhar com whiskyof course.

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Onde comer: não conhecemos nenhum local onde experimentar, mas talvez se anime a fazer você mesmo, com esta receita.

Bósnia-Herzegovina

Trata-se de uma espécie de salsicha sem pele e é o prato tradicional nalguns países dos Balcãs, incluindo a Croácia e sobretudo a Bósnia. As čevapi são geralmente de borrego ou vaca, embora nalguns países se use também o porco. São servidas grelhadas, com bastante paprica, e acompanhadas por sunum, um pão pita, cebola e queijo kaymak. E são deliciosas.

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Onde comer: não garantimos que exista sempre na carta, que muda ao sabor dos tempos, mas é provável que encontre no 100 Maneiras, de Ljubomir Stanisic (que é de lá, como sabemos). Morada: Rua Teixeira, 39, Bairro Alto, Lisboa. Tel.: 910 918 181

Alemanha

Durante a I Guerra Mundial, os soldados alemães ganharam a alcunha de Kraut precisamente pela sua preferência gastronómica pelo repolho azedo (e é isso que significa sauerkraut, que nós conhecemos pelo nome francófono: chucrute). Esta couve acompanha muitas coisas, a começar pelas centenas de diferentes salsichas, mas dessas há muitas em todo o lado e o eisbein – joelho de porco – é inegavelmente alemão. Seja na variedade cozida ou assada. Ou seja, e que tal experimentar eisbein mit sauerkraut?

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Onde comer: o Gambrinus não tem nada de alemão – é uma instituição nacional –, mas por ali come-se um dos melhores einsbein deste lado da fronteira. Morada: Rua das Portas de Santo Antão 23, Lisboa. Tel.:213 421 466

Dinamarca

Smørrebrød são pequenas sanduíches abertas, que podem levar todo o tipo de recheio, de salsichas a vegetais, incluindo o arenque, o salmão e aqueles pequenos camarões típicos da Escandinávia. Aliás, o prato está disseminado por toda a região, mas nasceu aqui, na Dinamarca, no final do século XIX, onde é considerado prato nacional e onde existem inúmeros restaurantes especificamente dedicados. Existem alguns smørrebrød clássicos, como o de camarões e pepino, mas é a criatividade quem essencialmente dita as regras – menos no pão, que deve ser rugbrød, escuro, feito com farinha de centeio e estar sempre barrado com manteiga. É a base dos smørrebrød, cujo nome se traduz literalmente por pão com manteiga.

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Onde comer: até pelo tipo de prato, não será difícil confecionar em casa, mas o menu do Hygge Kaffe, ao Saldanha, tem vários exemplos para degustar. Morada: Rua Tomás Ribeiro, 95, Lisboa. Tel.: 211 506 290

Suíça

Nada sabe a Alpes, em pleno inverno, como um bom fondue de queijo comido num “restaurante-cabana” perdido nas montanhas. Os suíços comem o seu fondue (dois queijos apenas: gruyère e emental) acompanhado por enchidos e vinho branco suíço, que também entra na receita, e do qual existem algumas opções bastante boas.

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Onde comer: Não temos nem neve nem montanhas, mas em Lisboa o Bistro Edelweiss, no Príncipe Real, serve um belo fondue de queijo, e no Porto pode escolher a Máscara, na Av. do Brasil, na Foz. Morada: Rua de São Marçal, 2, Lisboa. Tel.: 930 414 725

Polónia

Como é que estes dumplings encontraram o seu caminho até à Polónia é coisa que já se perdeu no tempo. O certo é que viraram um dos pratos mais tradicionais e populares do país, e assumiram inúmeras variantes, adaptando-se à época do ano e das celebrações. Assim, no verão, os pierogi são sobretudo doces, recheados com fruta, e, no Natal, vegetarianos, com cogumelos e couve, porque segundo a tradição não se come carne nesta altura. Quando assim não é, os pierogi comem-se sobretudo adicionando um recheio de carne picada a esta última mistura.

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Onde comer: a retro Ice Cream começou por servir apenas gelados segundo a tradicional receita polaca, mas agora alargou a oferta para incluir também os pierogi, que existem com vários recheios e massa sempre caseira. Parece que a Polónia tem mais em comum com Itália do que se pensava… Morada: Av Tomás Cabreira, Edifício Europa, Praia da Rocha, Portimão. Tel.: 919 229 710

Chipre

halloumi é provavelmente o produto mais famoso do Chipre, com a sua popularidade a estender-se por vários países, onde já se inclui Portugal. Trata-se de um queijo de ovelha e cabra que tem a particularidade de poder ser bem grelhado sem perder a consistência. E isso faz dele um queijo especialmente gourmet, perfeito para acompanhar saladas, sopas, sanduíches… Para os cipriotas faz parte da dieta diária, especialmente no verão, quando é a estrela de várias saladas, desde a mais simples de rúcula e tomate até a uma salada de melão (ou melancia), resultando numa combinação magnífica.

Viagem gastronómica: os pratos mais típicos da Europa | Unibanco

Onde comer: a maioria das cadeias de supermercados nacionais já o inclui na oferta, pelo que pode facilmente prepará-lo em casa, mas o Dom Queijo (um restaurante onde todos pratos levam o ingrediente) serve uma boa entrada de halloumi grelhado (com jalapeño e tequilla). Morada: Campo Grande, 232-C, Lisboa. Tel.: 964 960 963

Por C-Studio / Cofina Media

15 outubro 2020

José Maurílio Velosa Mendes | Arcobom


Um produtor de vinhos tranquilos da Madeira, com muita dedicação, ajudado pela mulher que tem verdadeira paixão pelo que faz. É apenas meio hectare de vinha, no Arco da Calheta, da casta Cabernet Sauvignon, em tempos plantada com Bual. Uma vinha fantástica, mesmo junto à casa do produtor, com vista para o mar, com ligação direta a partir do jardim. Produzem cerca de 4000 garrafas por ano. Gostam de receber visitas e normalmente, para além de se visitar a vinha, provam-se os vinhos com petiscos tradicionais. Estão a preparar um local bem apetrechado para receber mais turistas.


A producer of still wines from Madeira, with great dedication, helped by the woman who has a real passion for what she does. It is only half a hectare of vines, in Arco da Calheta, of the Cabernet Sauvignon variety, once planted with Bual. A fantastic vineyard, right next to the producer's house, overlooking the sea, with direct connection from the garden. They produce about 4000 bottles per year. They like to receive visitors and normally, in addition to visiting the vineyard, wines are tasted with traditional snacks. They are preparing a well-equipped place to receive more tourists.


Na Imprensa:


Os 20 motivos que tornam Portugal no maior segredo da cozinha europeia, segundo a CNN


Os 20 motivos que tornam Portugal no maior segredo da cozinha europeia, segundo a CNNPara comer bem nada melhor que em Portugal…

Ouvir a CNN dizer que Portugal é um dos mais bem guardados segredos culinários da Europa é quase tão emocionante como ver o Ronaldo levantar a taça, à frente de milhões de franceses. E não estamos propriamente a falar de uma francesinha perdida num texto sobre a Europa gourmet. Estamos a falar de todo um artigo onde são enumeradas as 20 razões objetivas que tornam Portugal numa das melhores cozinhas europeias, a par da francesa, da italiana ou da espanhola.
Segundo a CNN, os restaurantes portugueses no estrangeiro não deviam servir apenas para “melancholy emigrants seeking in vain to matar saudades (kill their longing) for mom’s home-cooked food”. Há razões para valorizar a cozinha portuguesa. E começam logo com a mais indiscutível de todas: o melhor peixe do Mundo.

1. O peixe perfeito
Só há um país na Europa onde se come mais peixe do que em Portugal – e são logo os nossos amigos islandeses, que tantas memórias nos deixaram no Euro 2016. No entanto, existe uma diferença colossal que a estação de televisão destaca: o famosíssimo chef Ferran Adriá diz que o melhor peixe do mundo vem do mar português. E ele é espanhol, como lembra a CNN.
O canal americano fala dos fantásticos mercados, onde se compra todo o tipo de peixe, do magnífico robalo grelhado no churrasco e dos fabulosos restaurantes onde comer um peixinho único: São Roque, em Lagos; Restinga, no Alvor; Furnas, na Ericeira; Azenhas do Mar ou Restaurante da Adraga, em Sintra; Ribamar, em Sesimbra; ou Doca das Cavacas, na Madeira.

azeite2. O maravilhoso azeite
É a base da cozinha portuguesa e, para a CNN, é também uma maravilha difícil de igualar – seja o azeite do Alentejo, da Beira Interior ou de Trás-os-Montes. Tanto fica ótimo por cima do bacalhau, de uma simples sopa ou de uma fatia de pão saloio acabado de sair do forno a lenha.
O canal de TV fala dos gigantes Gallo e Oliveira da Serra ou dos pequenos e artesanais produtores que estão a fazer um azeite imperdível – o destaque vai para o último prémio internacional ganho pelo azeite biológico Olmais.

3. O cozido à portuguesa
A cozinha portuguesa pode ser mais pesada no Norte e mediterrânica no Sul, mas uma coisa une todo o país: o cozido à portuguesa. A CNN fala inclusivamente dos vários tipos de cozido: o do Algarve, com grão e hortelã; o do Alentejo, com borrego; o da Madeira, com batata doce; ou o das Furnas, cozido debaixo do chão. Por mim, gosto de todos – mas o das Furnas é imbatível.

4. Os novos chefs gourmet de Lisboa
Esta diferenciação regional não se percebe muito bem. A CNN elogia o magnífico trabalho de José Avillez, no Belcanto, de Henrique Sá Pessoa, no Alma, ou de João Rodrigues, na Feitoria – e elogia muito bem e merecidamente – mas esquece-se do fabuloso trabalho que está a ser feito no Porto (Pedro Lemos, Rui Paula ou Vítor Matos são só alguns exemplos) ou no Algarve.
Entre os pratos que encantaram a CNN, está o fantástico salmonete braseado com molho de fígados e xerém de amêijoas à Bulhão Pato, do Belcanto.

5. O bacalhau
A CNN ficou encantada com os pastéis de bacalhau com feijão frade, ou com o bacalhau à Brás, ou à lagareiro, ou com broa, ou à Zé-do-Pipo (confesso que não está entre os meus preferidos) ou de qualquer maneira e feitio. Dizem que em Portugal há muito mais de 365 receitas de bacalhau, o que dá mais de um prato diferente por cada dia do ano.
Para a CNN, o melhor sítio para comer bacalhau é essa contradição de género que dá pelo nome de Laurentina, O Rei do Bacalhau.

vinho6. O queijo
Isto, sim, é um assunto que merece ser esclarecido internacionalmente: porque é que os queijos portugueses não são mais conhecidos? Segundo a estação de televisão, é um mistério por esclarecer. Seja por causa do extraordinário Queijo da Serra, do Queijo Amarelo da Beira Baixa, do Queijo da Ilha de São Jorge, do Terrincho de Trás-os-Montes, ou de tantos outros. Para acompanhar, os americanos recomendam Vinho do Porto, vinho tinto ou marmelada.

7. As tripas à moda do Porto
Confesso que não é a minha perdição, mas é inegável que se trata de um dos pratos mais procurados do Porto. A CNN fala ainda das francesinhas.

8. Os pratos de arroz
Mais uma injustiça identificada – e muito bem – pela CNN: se a paella e o risotto são famosos internacionalmente, por que raio é que o arroz de marisco não é conhecido em todo o mundo? De facto, ninguém consegue replicar aquele maravilhoso arroz malandrinho, nem o delicioso sabor a alho, tomate e coentros, muito menos os suculentos nacos de lavagante, santola, gambas ou amêijoas.
Segundo a CNN, também vale a pena provar o fantástico arroz de pato, o maravilhoso arroz de cabidela ou o divinal arroz doce.

9. O presunto
Mais uma injustiça desmascarada pela CNN: Portugal tem o mais saboroso e suculento porco da Europa. O presunto de porco preto alentejano é tão bom ou melhor do que o presunto espanhol ou italiano. E não sou eu que o digo…

fruta10. Os pratos típicos regionais
É verdade: cada região tem um prato típico que é único e delicioso. A CNN destaca a sopa de cação do Porto Santana, em Alcácer do Sal; as lulas do Correia, em Vila do Bispo; o ensopado de enguias, do Telheiro, em Aveiro; ou a perdiz do Solar Bragançano, em Bragança. Convenhamos que é de quem conhece, de facto, o país.

11. O vinho
Espantoso. É esse o adjetivo que a CNN usa para qualificar a variedade de vinhos que tem um país tão pequeno como Portugal. Desde o vinho verde até ao vinho de Carcavelos, a estação de televisão fala de tudo.

12. A abertura ao mundo
Desde o século XV que Portugal influenciou e foi influenciado pelas mais variadas cozinhas internacionais. Foram os portugueses que levaram a tempura para o Japão ou o caril vindaalo para Goa. Em troca recebemos o frango assado com piri-piri, a feijoada ou as especialidade de Angola, Moçambique e Cabo Verde.

13. O leitão
Da Bairrada, claro. A CNN fala do Pedro e da Meta dos Leitões, na Mealhada, ou da Casa Vidal, em Aguada de Cima. Mas para mim, o melhor leitão da Bairrada é claramente o da Meta, onde tudo é bom: o leitão com a pele estaladiça, o molho picante, a salada de alface e cebola, as batatas fritas fininhas e o fantástico vinho frisante da Casa Sarmentinho.

14. A fruta
As bananas da Madeira, o ananás dos Açores, as cerejas da Serra da Gardunha, as laranjas e os figos do Algarve, os melões do Tejo, as ameixas de Elvas e as maçãs Bravo Esmolfe merecem tudo. Mas eu acrescentava as meloas da Ilha Graciosa nos Açores. De facto, não há fruta como a portuguesa.

15. As sardinhas
A CNN está deslumbrada com os Santos Populares e as magníficas sardinhas assadas na rua. Não há dúvida de que é um programa imperdível. Mas se experimentarem as sardinhas fora da época dos Santos, entre julho e agosto, então, sim, vão comer um peixe inesquecível, gordo, saboroso e cheio de ovas.

peixe16. Os petiscos mais estranhos
Da fantástica lampreia aos imperdíveis percebes, passando pelas línguas de bacalhau ou pelo pudim Abade de Priscos, a CNN ficou impressionada pelos petiscos exóticos portugueses. E nem provaram os ovos mexidos com mioleira.

17. Os mercados
Especialmente os mercados de frescos, com o peixe acabado de pescar, as frutas e os legumes das quintas ou as flores apanhadas diariamente.

18. Os rivais dos pastéis de nata
Não é que os pastéis de nata não sejam bons, é que a CNN descobriu os outros deliciosos bolos portugueses, como o bolo de mel da Madeira, o bolo de figo, amêndoa e alfarroba do Algarve (um dos meus preferidos), os pastéis de Tentúgal, o toucinho do céu ou as barrigas de freira, aqui pomposamente apresentadas como “nun’s belly”.







19. Os pregos e as bifanas
São boas escolhas, mas francamente não estão entre as 20 melhores especialidades da cozinha portuguesa. A CNN destaca os pregos do Ramiro, em Lisboa. Eu prefiro as gambas. Ou o delicioso presunto.

20. O cabrito e outros animais
A CNN diz – e muito bem – que a carne em Portugal não se resume ao porco e ao leitão. O cabrito é elogiadíssimo, tal como a chanfana de Coimbra, a carne Barrosã ou a vaca maronesa. Também se fala do javali, do veado e da lebre.

Fonte: CNN


13 outubro 2020

Reagendada presença na Macedónia do Norte



Os confrades da Confraria Enogastronómica da Madeira que agendaram a sua presença no evento da Ordo Equestris Vini Europae - Macedónia do Norte, que se iria realizar no início de Dezembro,  na cidade de Skope, e que devido à pandemia do vírus COVID-19 não se irá realizar, reagendaram a sua presença na República da Macedônia do Norte para um próximo evento da Ordo Equestris Vini Euiropae - Macedónia do Norte.

Estreito de Câmara de Lobos, 13 de Outubro de 2020.


08 outubro 2020

Confrades madeirenses pretendem voltar a Itália

Se a pandemia do vírus COVID-19 permitir, em Janeiro de 2021 alguns confrades da Confraria Enogastronómica da Madeira pretendem voltar a Veneto e Veneza. 

06 outubro 2020

Alemão 'investiu' 1.400 horas em vídeo com imagens aéreas da Madeira

Stefan Zimmermann decidiu vir à Madeira e captou algumas imagens aéreas da ilha com recurso a um drone. Publicado esta segunda-feira no YouTube, o vídeo de 11 minutos compilou perspectivas do Pico do Areeiro, baía do Funchal, piscinas naturais do Porto Moniz, vale da Serra de Água, nau de Santa Maria, capela de Nossa Senhora de Fátima, entre outras paisagens e atracções espalhadas pela Região.

"Biosfera - Porto Santo" - Programa da RTP-Madeira, episódio 5



A ilha do Porto Santo é candidata a reserva da biosfera da UNESCO, galardão que enfatiza, sobretudo a harmonia da relação entre o Homem e as suas atividades e o meio envolvente. De modo a divulgar aquela ilha, com destaque para o seu património natural, história e cultura, a RTP-Madeira propõe-se a produção de 8 episódios de 25 minutos.

(Clique na imagem para ver o episódio)




05 outubro 2020

Portfólio de vinhos tranquilos da Justino’s Madeira



A Justino’s Madeira produz vinhos tranquilos desde 2004. Começamos apenas com um vinho tinto e ao longo dos últimos anos temos aumentado significativamente o portfolio.

No futuro esperamos mesmo fazer um espumante.

 

Tem havido uma evolução muito positiva na qualidade dos mesmos ao longo dos últimos anos quer pela selecção de vinhas, viticultores e uvas utilizadas.

O investimento na adega também foi fundamental uma vez que antes apenas eramos capazes de produzir vinhos da Madeira.

Ainda não atingimos o patamar que pretendemos mas a melhoria tem sido muito notória principalmente nos tintos que são sempre muito difíceis de fazer em solos de natureza vulcânica como os nossos.

Creio que a nível qualitativo estamos entre os melhores que se produzem na Região.

 

Atualmente produzimos vinhos tranquilos sob a marca COLOMBO nas seguintes categorias:


·         IGP Terras Madeirenses (branco, tinto e Rosé)

Nota: nesta categoria produzimos vinhos brancos a partir do lote das castas Verdelho e Arnsburger.

Os tintos são produzidos de diversas castas portuguesas ou internacionais.

O Rosé é produzido a partir da casta Tinta Negra.

 

·         DOP Madeirense (Brancos e Tintos)

Nota: nesta categoria produzimos vinhos brancos a partir da casta Verdelho e vinhos de lote das castas Verdelho e Arnsburger.

Os tintos são todos Reservas e são produzidos de diversas castas portuguesas ou internacionais.

Seguem em anexo fichas técnicas em inglês e português dos vinhos que estão disponíveis no mercado.

Para o DOP Madeirenses Reserva Verdelho 2017 e IGP Terras Madeirenses Rosé não dispomos da ficha técnica em inglês. 











03 outubro 2020

Confraria vai a caça do Coelho de Porto Santo

Com abertura da época venatória na Região a 4 de outubro, a Confraria Enogastronómica da Madeira parte a caça do Coelho de Porto Santo à Caçador, uma das Sete Maravilhas da Gastronomia de Portugal! A irmandade visita a ilha dourada no dia 31 de outubro, um sábado, para a realização do seu encontro cultural e enogastronómico mensal.

Em 2011, dos 18 pratos da Região inicialmente candidatos às Sete Maravilhas da Gastronomia, entre os quais a famosa espetada madeirense, o Coelho de Porto Santo à Caçador foi o eleito pelo júri para seguir no concurso, vencendo no título de melhor prato de caça. A época era um prato apenas conhecido por uma população idosa do Porto Santo mas é hoje uma referência gastronómica e cultural da Região.

Para além do coelho os ingredientes são segurelha, alecrim, salva, cebola da Madeira, alho seco da Madeira, vinho caseiro da Madeira, vinagre de vinho caseiro da Madeira, sal e pimenta da terra.

A Confraria Enogastronómica da Madeira exorta todos os madeirenses a saborear esta maravilha, em particular durante o II Festival Gastronómico da Caça e da Pesca que ocorre entre 4 de outubro a 1 de novembro no Porto Santo, uma organização da Associação de Indústria, Comércio, e Turismo do Porto Santo (AICTS).













01 outubro 2020

Opinião por Gil Rosa: Vindimas de outros tempos



Santana não é propriamente uma terra conhecida pela produção de vinho. Como se sabe é mais virada para outras culturas.

Ainda assim noutros tempos existiram grandes quantidades de uvas. Uvas que como noutras paragens eram dos chamados agora produtores diretos e eram quase que exclusivamente para consumo no próprio concelho.

A vinha que existia era maioritariamente cultivada no chão, sem recorrer aos chamados corredores. Os corredores eram mais comuns em freguesias como: São Jorge e Arco, ou mesmo no Faial.

Nos terrenos dos meus pais era tudo assim: vinha no Chão.

Recordo-me na altura de ouvir falar nas castas existentes e que eram pronunciadas popularmente assim: “armum”, “americano”, “tinto”, “jaquè”, “canin” entre outras.

O tratamento das vinhas como é natural era feito ao longo do ano. Depois da vindima vinha a poda, depois a fase de levantar e estacar as parreiras para que as uvas não ficassem directamente em cima da terra. Pelo meio havia sempre que cavar, mondar e regar e sulfatar.

Depois vinham as vindimas. Era um dia quase de festa.

Na minha casa vinham várias pessoas, homens e mulheres que procediam à apanha da uva e ao seu transporte para o lagar.

Ainda criança lembro-me deste ser um dia alegre, com tanta gente à volta das vinhas. A operação era por vezes acompanhada por cantarias diversas.

As mulheres apanhavam as uvas que iam colocando em cestos de vindima. Os cestos eram feitos de vime e mesmo vazios já representavam algum peso. Agora imagine-se carregados de uva até ao “cagulo” - como se dizia.

Na altura não havia caixas ou sacos como há hoje.

Os cestos bem cheios eram transportados pelos homens para o lagar. Era uma operação dura sobretudo por que implicava por vezes uma deslocação longa por trilhos muito sinuosos. Não era para qualquer um.

Pelo meio nós, eu e os meus irmãos, ainda crianças também ajudávamos à apanha e fazíamos o “abastecimento” ao pessoal. Um abastecimento que consistia na distribuição de um copo de vinho.

Depois da apanha operação seguia para dentro do lagar. Era lá que os homens começavam o trabalho para a pisa e repisa. Por vezes as uvas ficam de um dia para outro ou até mais, ao que se dizia para que o vinho ganhasse cor.

O trabalho de espremer as uvas nem sempre era fácil. Sobretudo quando se tratava da uva americano, por vezes era necessário juntar palha ao bagaço para que ele não se desfizesse quando era espremido com o peso da vara.

Nem toda a gente tinha lagar. Pelo que alguns lagares eram quase que comunitários. Eram emprestados aos vizinhos para que estes pudessem fazer o seu vinho.

Recordo-me do transporte do mosto que depois era feito através dos borracheiros. Cada borracho levava em médica um barril de vinho, cerca de 50 litros.

A freguesia de Santana não era uma grande produtora de vinho, mas as freguesias vizinhas sobretudo de São Jorge e do Arco de São Jorge, já eram muito conhecidas sobretudo pela produção de vinho “jaqué”. Um vinho que era muito procurado na costa sul. Lembro-me ainda de assistirmos às frequentes passagens por Santana de camiões carregados de vinho transportado em pipas, vindos das freguesias do Arco de São Jorge e de São Jorge.

Foi uma forma de economia que acabou por ser engolida pelo tempo.


Fonte: JM-Madeira


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