30 agosto 2020

Encontro de Agosto juntou confrades na herdade 'Casa Velha'



O encontro enogastronómico e cultural de Agosto da Confraria Enogastronómica da Madeira realizou-se no dia 29 na herdade agrícola "Casa Velha", situada na freguesia de São Martinho, Município do Funchal.
Neste evento Márcio Ribeiro, Secretário-geral da Direção da Confraria Enogastronómica da Madeira, fez saber de que as eleições para os Órgãos Sociais da Confraria para o triénio 2020-2023 em princípio irão realizar entre o mês de Outubro ou Novembro.

Estreito de Câmara de Lobos, 30 de Agosto de 2020




28 agosto 2020

A frescura atlântica no copo! A novidade que chega da Madeira e que tem de conhecer

As castas Tinta Negra e Verdelho na ilha da Madeira estão tradicionalmente ligadas aos vinhos fortificados e doces. Mas há um novo movimento na ilha que explora as mesmas castas na vertente dos vinhos tranquilos. São secos, têm acidez altíssima e transpiram uma frescura atlântica.


Atlantis Rosé 2017 Cortesia Blandy's / ASPress/Rui Silva

Historicamente, o vinho seco na Madeira não tinha uma boa conotação, sendo considerado um vinho de pouca qualidade. Por isto, não é de estranhar que praticamente todo o vinho tranquilo que se bebia na Madeira vinha do continente. Por outro lado, esta ausência criou um nicho. E havia potencial para isso…

Há mais de 20 anos, a Madeira Wine Company resolveu juntar vinhos tranquilos às grandes marcas de vinho de Madeira como a Blandy’s, Cossart Gordon, Leacock’s e Miles. A marca Atlantis foi um dos pilares estratégicos para crescer no mercado em termos de consumo e exportação. Surgiu em 1992 com um rosé de Tinta Negra de colheita de 1991. Em 1996 foi lançado um branco de Verdelho e agora é apresentada uma versão Reserva que conta com parceria do enólogo da Madeira Wine Company, Francisco Albuquerque, com o enólogo e produtor Rui Reguinga.

Os atuais vinhos tranquilos da Madeira despertam a curiosidade dos consumidores atentos e um vivo interesse por parte dos escanções e chefes de cozinha. As características intrínsecas dos vinhos evidenciam a sua vocação gastronómica e proporcionam um campo de experimentação desafiante.
Os vinhos

O rosé é feito 100% de Tinta Negra, proveniente da zona mais quente de Campanário e Câmara de Lobos, na costa sul da Ilha. As uvas foram arrefecidas na adega e, após uma breve maceração, utilizou-se apenas o mosto de lágrima para obter um vinho delicado com uma cor ligeira. “É preciso ter cuidado na vinificação para preservar os aromas de uma casta que não é muito aromática naturalmente” – repara Francisco Albuquerque. Foram produzidas mais de 27 mil garrafas.

As uvas de Verdelho para o vinho branco provêm da Raposeira, na zona oeste, e Porto Moniz, no norte da Ilha, onde as vinhas levam com o mar do norte. O vinho não foi pensado para complicar: a ideia é “traduzir sem defeito o que as uvas nos dão”, explica Francisco Albuquerque. Foi vinificado em inox para manter os aromas primários, com bâtonnage para lhe conferir mais textura de boca. O vinho resultante transmite a identidade da casta e do seu terroir. Tem uma acidez dde quase 9 g/l. É um bom candidato para acompanhar umas belas ostras, faz lembrar um Chablis. Foram produzidas pouco mais de 10 mil garrafas.

Finalmente, o Verdelho na versão reserva é um vinho ambicioso. O principal segredo é conhecer bem as uvas e escolher aquelas que tenham maturação mais consistente, condição que, para vinhos tranquilos, é mais crítica do que para os Vinhos da Madeira. As vinhas ficam no oeste da ilha, na zona da Raposeira (freguesia da Fajã da Ovelha e Prazeres) numa encosta de 150 metros de altitude, onde apanham bastante sol. Conseguem amadurecer para dar 12% de álcool.

O mosto da gota e da primeira prensagem fermentou com leveduras indígenas parcialmente em inox e em barrica de carvalho francês de 500 litros, onde estagiou 9 meses com borras totais e bâtonnage semanal. Depois de engarrafamento passou mais nove meses antes de ser lançado para o mercado. Foram produzidas apenas 1.333 garrafas.

Equipa da Blandy’s: Nelson Calado, Chris Blandy (gestor), e os enólogos Francisco Antunes e Rui Reguinga. créditos: Cortesia Blandy's.

Em prova
Atlantis - Madeirense Tinta Negra rosé 2018
Atlantis Madeirense Tinta Negra rosé 2018. PVP médio indicado pelo produtor: 7.50€

Cor de rosa pálido, nariz bastante aromático com fruta fermelha fresca e bem definida (morango, cereja, romã). O vinho respira frescura, enfatizada com acidez crocante. Tem bastante intensidade de sabor para uma delicadeza de primeiro impacto, deixando na boca uma longa sensação de frescura. Conheça mais pormenores deste vinho aqui.

Atlantis - Madeirense Verdelho branco 2018
Atlantis Madeirense Verdelho branco 2018. PVP médio indicado pelo produtor: 15€

Lima e limão no aroma, juntamente com ananás, aipo e manjericão. Ambiente salino na boca, acidez cortante, mas mesmo assim tem alguma macieza na textura. É um vinho com personalidade, embora possa não ser consensual na apreciação. Precisa de algum tempo de garrafa para mostrar o seu potencial. Leia mais aqui.

Atlantis - Madeirense Verdelho Reserva branco 2017
Atlantis Madeirense Verdelho Reserva branco 2017. PVP médio indicado pelo produtor: 29€

Intenso e complexo no nariz, a revelar fruta exótica (fisális e pitanga), especiaria e pedra molhada, reminescente de cogumelos e pó da terra. Corpo não muito cheio, mas denso e texturado, acidez afirmativa. Não há percepção de fruta imediata na boca, antes sugestões de gengibre e salinidade presente. Fruta branca aparece num registo muito sóbreo, com ervas secas, pedra e pimenta branca. Em evolução na boca surge amêndoa ligeiramente torrada, kiwi e final com sabor mineral, quase a lembrar a casca de ostras. Saiba mais aqui.

Artigo publicado na Revista Grandes Escolhas, Edição nº25, maio de 2019


Historically, dry wine in Madeira did not have a good connotation, being considered a wine of low quality. For this reason, it is not surprising that practically all the still wine that was drunk in Madeira came from the continent. On the other hand, this absence has created a niche. And there was potential for that ...

More than 20 years ago, Madeira Wine Company decided to add still wines to the major Madeira wine brands such as Blandy’s, Cossart Gordon, Leacock’s and Miles. The Atlantis brand was one of the strategic pillars for growing the market in terms of consumption and exports. It appeared in 1992 with a Tinta Negra rosé from the 1991 harvest. In 1996, a Verdelho white wine was launched and now a Reserva version is presented, in partnership with the Madeira Wine Company winemaker, Francisco Albuquerque, with the winemaker and producer Rui Reguinga .

The current tranquil wines of Madeira arouse the curiosity of attentive consumers and a keen interest on the part of sommeliers and chefs. The intrinsic characteristics of wines show their gastronomic vocation and provide a challenging field of experimentation.

CEM manifesta vontade de participar num evento da Evropsky Rád Rytirú Vina em 2021



A Evropsky Rád Rytirú Vina realizou no dia 22 de Agosto o seu evento na cidade de Mikulov (Morávia), República Checa, reiniciando as suas actividades. 
A Confraria Enogastronómica da Madeira foi convidada a participar neste evento. No entanto a sua presença não foi possível, mas manifestou o seu interesse em participar em 2021 num dos eventos da Evropsky Rád Rytirú Vina.

Estreito de Câmara de Lobos, 28 de Agosto de 2020.



24 agosto 2020

Exposição vai às origens da confeção do mel

‘Do teu fruto, o mel’ é a nova exposição do Museu Etnográfico da Madeira. A inauguração está marcada para 1 de setembro, podendo ser visitada neste espaço até ao mês de dezembro.

Leia a reportagem desta segunda-feira da edição impressa do JM-Madeira. 

22 agosto 2020

Paixão do Vinho, Lda. | Primeira Paixão

 

A company created by two Madeiran friends, Filipe Santos and Francisco Albuquerque, with the aim of producing and selling still Madeira wines, exploring the full potential of the region's vines, both to produce whites, rosés and reds.

The first wine was the First Passion of the year 2008, only from the Verdelho grape variety, whose grapes were purchased from several winegrowers. Created by two renowned winemakers, and good friends, Rui Reguinga and Francisco Albuquerque, it was a success. In such a way that the production of wines of this brand continued until today.

Now with its own vineyards in the Caniçal area, from the varieties Verdelho, Merlot, Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Aragonêz, Complexa and Syrah.

At the Wine Bar they have in Funchal, all these wines can be tasted, enjoyed and purchased.

Uma empresa criada por dois amigos madeirenses, Filipe Santos e Francisco Albuquerque, com o intuito de produzir e vender vinhos tranquilos da Madeira, explorando todo o potencial das vinhas da região, quer para produzir brancos, quer para rosés e tintos.

O primeiro vinho foi o Primeira Paixão do ano de 2008, apenas da casta Verdelho, cujas uvas eram compradas a vários viticultores. Da autoria de dois enólogos de referência, e bons amigos, Rui Reguinga e Francisco Albuquerque, foi um sucesso. De tal maneira que a produção de vinhos desta marca continuou até hoje.

Agora com vinhas próprias na zona do Caniçal, a partir das castas Verdelho, Merlot, Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Aragonêz, Complexa e Syrah.

No Wine Bar que possuem no Funchal, todos estes vinhos podem ser provados, apreciados e comprados.

Gastronomia da Madeira



Conhecida como "Pérola do Atlântico", a ilha da Madeira garante-lhe umas férias extraordinárias devido aos belos panoramas, clima ameno, tranquilidade e coloridas tradições – mas a deliciosa gastronomia é outro dos trunfos a não esquecer! A alimentação da ilha baseia-se nos costumes rurais, e em geral, quanto mais próxima se encontra dos métodos de confecção tradicionais mais saborosa se torna.

Embora os aperitivos são sejam o ponto forte, os deliciosos Bolos do Caco – uma espécie de pães de trigo servidos quentes com manteiga de alho e salsa em feiras e festas populares – estão presentes nas ementas de todos os restaurantes. As lapas, muito apreciadas pelos locais, são outra das iguarias a provar no começo da refeição. São temperadas com muito alho, servidas acabadas de grelhar numa frigideira e acompanhadas com rodelas de limão.

Se aprecia sopa, não deixe de provar a deliciosa Sopa de Tomate e Cebola, enriquecida com um ovo escalfado. A Açorda é outra das sopas mais típicas, sendo preparada com grandes pedaços de pão, alho, azeite, segurelha e água bem quente – além do indispensável ovo escalfado. O aroma apetitoso faz dela um excelente pitéu depois de uma longa caminhada por uma das levadas da ilha.



Para os apreciadores de carne, a diversidade está assegurada. Os pratos mais famosos da Madeira são a tradicional Espetada, a Carne de Vinho e Alhos, o Picado e os deliciosos grelhados (sobretudo de galinha, costeletas de porco e bifes). A Espetada é feita com cubos de lombo de vaca temperados com alho e sal, assados num espeto em fogo de lenha. A Carne de Vinho e Alhos é uma especialidade presente em todas as ocasiões, confeccionada com pequenos pedaços de carne de porco marinados pelo menos durante um dia em molho de alho, vinagre de vinho e loureiro, no qual são depois fritos. Esta especialidade é feita principalmente na altura do Natal.

O popular Picado é servido numa travessa de diferentes dimensões, consoante o número de convivas. É confeccionado com cubos de carne de vitela fritos em alho e, por vezes, pimentos, acompanhado com bastante molho e batatas fritas. Chegado à mesa, todos picam directamente da travessa com um garfo... uma excelente opção para refeições de família ou reuniões de amigos!



O Milho Frito – saborosos cubos de farinha de milho fritos – é um dos acompanhamentos mais típicos da Madeira, sendo geralmente servido com pratos de carne. No que respeita aos legumes, as ementas apresentam produtos da ilha, como cenouras, ervilhas, abobrinhas, pimpinela e feijão, em geral preparados de forma simples. As saladas não fazem parte da dieta habitual dos habitantes da ilha, mas quando estão presentes nas ementas incluem alface, tomate, cenoura ralada e abundantes rodelas de cebola.

O peixe tem um lugar especial na culinária da Madeira devido à ancestral tradição pesqueira. O atum, o peixe-espada preto, o bacalhau, o gaiado (um peixe local que é confeccionado como o bacalhau) e as potas estão presentes em muitas das mais famosas receitas da ilha. Por tradição, o atum costuma ser preparado numa marinada de azeite, alho, sal e orégãos antes de ser frito, e em geral é acompanhado de milho frito. Habitualmente, o peixe-espada é frito em cebolada e também apresentado com milho frito a acompanhar. Uma das receitas mais características é o Peixe-espada com Banana, que associa este peixe branco e macio ao sabor de um dos mais emblemáticos frutos tropicais. No entanto, as receitas de peixe-espada preto são muito variadas.

O bacalhau também é preparado das mais diferentes formas. Do delicioso Bacalhau com Natas ao Bacalhau à Brás, Gomes de Sá ou simplesmente grelhado, este peixe está presente em todas as ocasiões e ementas!



Depois de passar alguns dias na ilha, vai reparar que os Madeirenses são especialmente gulosos! Não existe café, bar ou restaurante na ilha onde não seja generosa a oferta de bolos, doces e sobremesas. Da extensa lista de iguarias sobressaem as Queijadas – pequenos pastéis de requeijão, ovos e açúcar. O Bolo de Mel e as Broas de Mel também são muito apreciadas. O Bolo de Mel, por tradição preparado na época do Natal, é um dos doces mais emblemáticos e antigos da Madeira e a sua origem remonta aos tempos em que a ilha era uma importante produtora de açúcar. O Pudim de Maracujá é outra das especialidades insulares, sem esquecer as frutas frescas, muitas vezes servidas em deliciosas saladas.

As bebidas gozam igualmente de um lugar especial à mesa dos Madeirenses. O Vinho da Madeira possui fama internacional, mas a ilha produz outros tipos de vinho a partir de diferentes castas – o chamado "vinho seco". Nos bares da área de Câmara de Lobos é muito popular a Nikita – um refresco doce feito de cerveja, sumo de ananás, gelado de baunilha e pedaços de ananás. Existe uma variante feita com cerveja sem álcool. Porém, a bebida mais comum em toda a ilha é a tradicional Poncha, que pode ser servida natural ou fria. Se no regresso a casa quiser apresentar aos amigos uma saborosa recordação da Madeira, eis aqui a receita: Misture uma medida de aguardente feito de cana de açúcar destilada e misture com mel de abelha e sumo de limão acabado de espremer (pode acrescentar sumo de laranja, se gostar), mexa bem e beba tudo de um trago! Aí está... A sua primeira poncha caseira. Sirva em temperatura ambiente ou resfriado. Além da poncha tradicional, há também outras versões feitas com diferentes sumos de frutas (tangerina, maracujá, etc.) que são servidos com gelo. 

21 agosto 2020

Encontro enogastronómico de Agosto agendado para a herdade 'Casa Velha'

A Confraria Enogastronómica da Madeira realiza o seu encontro enogastronómico e cultural de Agosto no dia 29, na herdade agrícola "Casa Velha", propriedade do confrade e vice-presidente da direção, Carlos Soares. O evento terá o seu início às 12 horas.

Estreito de Câmara de Lobos, 21 de Agosto de 2020.

18 agosto 2020

J. Ramón Bodega Santos recebido na visita à Madeira

J. Ramón Bodega Santos, presidente da Orden del Pimiento de Fresno de la Vega (Leon), Comunidade Autónoma de Castela e Leão, visitou várias localidades da Região Autónoma da Madeira e confraternizou com Gregório Freitas, confrade fundador e ex-presidente da Confraria Enogastronómica da Madeira.

Estreito de Câmara de Lobos, 17 de Agosto de 2020.




Concurso de degustação da Academie du Cep

As confrarias gastronómicas e baquicas embora ainda muito condicionadas pela pandemia do COVID-19 reiniciam as suas actividades.

Concurso de degustação da Academie du Cep

Todos os anos, a Académie du Cep, irmandade suíça cuja vocação é a promoção da arte baquica em Genebra e a valorização da experiência pessoal na degustação de vinhos, organiza concursos de degustação. 

A última aconteceu no dia 4 de julho, no Domaine des Lolliets de Raphael Dunand, na localidade de Soral.

Reunidos ao ar livre e de bom humor, os 75 participantes tiveram de reconhecer e qualificar as 10 castas, 5 tintas e 5 brancas, que lhes foram apresentadas. 

Este ano, foi num lindo dia de verão que esta competição amigável deu a setenta e cinco participantes, mulheres e homens, a oportunidade de subir ao palco para provar vinhos às cegas e testar todos os seus sentidos. Chenin blanc, Chasselas, Viognier, Cabernet franc ou mesmo Syrah: nada menos que dez variedades de uvas, cinco vinhos brancos e cinco vinhos tintos de Domaine des Lolliets, que os membros tiveram que tentar reconhecer.


13 agosto 2020

Juvenal Franco | Boneca de Canudo

 

Este é um projeto familiar, em que pai e filha produzem vinho tinto de mesa. As vinhas estão localizadas em diversas altitudes no município de Machico, com as variedades Touriga Nacional, Merlot e Syrah, em um total de um hectare, no qual são produzidas aproximadamente 3300 garrafas por ano com a marca “Boneca de Canudo” por ano. A história por trás deste vinho é bastante engraçada. A ideia de plantar vinha vinha de uma mulher, engenheira civil, portanto portadora de um canudo (denominação popular do diploma do diploma). Como os trabalhos agrícolas na área eram tradicionalmente realizados por homens, um deles desabafou: “Essa boneca (com o canudo) era exatamente o que precisávamos!”. A abertura era conhecida e comentada, e os produtores decidiram que deveria ser o nome do vinho. É a filha Elsa Franco, que está focada na divulgação e comercialização do vinho. Recentemente, o vinho tinto de 2016 ganhou uma medalha de bronze no renomado concurso “Sommelier Wine Awards” de 2019. O vinho tinto de 2015 já havia conquistado uma medalha de prata no mesmo concurso em 2016. As primeiras experiências com variedades brancas estão em andamento. nas vinhas de Machico, Ponta do Sol e Santo da Serra.


This is a family project, in which father and daughter produce red table wine. The vineyards are located at several altitudes in the municipality of Machico, with the Touriga Nacional, Merlot and Syrah varieties, in a total of a hectare, in which approximately 3300 bottles are produced per year with the “Boneca de Canudo” brand. The story behind this wine is quite funny. The idea to plant vines there came from a woman, civil engineering, therefore the holder of a canudo (popular denomination of the degree’s diploma). As the agricultural works in the area were traditionally carried out by men, one of them vented: “That doll (boneca) with the canudo was just what we needed!”. The vent was known and commented, and the producers decided that it should be the name of the wine. It is the daughter, Elsa Franco, who is focused on the disclosure and trade of the wine. Recently, the red wine of 2016 won a bronze medal on the renowned contest “Sommelier Wine Awards” of 2019. The red wine of 2015 had already won a silver medal on the same contest in 2016. The first experiences with white varieties are currently ongoing in the vineyards in Machico, Ponta do Sol and Santo da Serra.

É TINTO E É DA MADEIRA. CONHEÇA OS SABORES MARCANTES DO ‘BONECA DE CANUDO’

07 agosto 2020

Património cultural, valores partilhados

“Património Cultural – Realidade Viva” constitui uma reflexão sobre um tema candente no tempo atual.


“Património Cultural – Realidade Viva” constitui uma reflexão sobre um tema candente no tempo atual. A perigosa fragmentação europeia, a que assistimos, resulta da incompreensão em relação à memória, à história política e à sociedade. O medo do outro e do diferente, a ilusão económica, o egoísmo, a prevalência do curto prazo, a desatenção relativamente às potencialidades da sociedade e da cidadania encontram raízes fundas na desvalorização do património e da memória. Não podemos esquecer o paradoxo induzido pela tentação de encarar as identidades culturais como realidades autossuficientes e fechadas, em contraponto ao “vazio de valores” e ao relativismo.

Os nacionalismos hoje emergentes na Europa central devem-se a problemas de reconhecimento e de legitimidade, sob a influência da instabilidade e da fragmentação políticas – daí a necessidade de encontrar denominadores comuns que reconheçam as diferenças e as complementaridades. Em lugar do fechamento e do medo do outro e do diferente, importa que o local, o nacional e o supranacional se articulem sem se excluir – permitindo, pela subsidiariedade, que as identidades favoreçam a convergência para uma memória enriquecida pelo que é próprio e pelo que é comum.

Não falamos de coisas do passado, irremediavelmente perdidas num canto recôndito da nossa memória. Referimo-nos à memória viva, seja ela referida a monumentos, sítios e tradições, seja constituída por acervos de museus, bibliotecas e arquivos. Mas fundamentalmente tratamos de conhecimentos ou de expressões da criatividade humana… Ter memória é, assim, respeitarmo-nos. Cuidar do que recebemos é dar atenção, é não deixar ao abandono. Por isso, o património cultural que devemos proteger é sinal para que o que tem valor hoje e sempre não seja deixado ao desbarato. Como poderemos preservar o que é novo se não cuidarmos do que é de sempre?

A Convenção-Quadro do Conselho da Europa sobre o valor do Património Cultural na sociedade contemporânea, assinada em Faro a 27 de outubro de 2005 e entrada em vigor a 1 de junho de 2011, que coordenámos, teve como preocupação fundamental pensar na noção de património cultural comum e de construir um conceito de responsabilidade partilhada – envolvendo o património construído e material, o património imaterial, natureza, paisagem, mundo digital e criação contemporânea. As políticas públicas de cultura devem, assim, começar pelo cuidado da herança e da memória. De facto, o património cultural refere-se à permanência de valores comuns, à salvaguarda das diferenças e ao respeito do que é próprio, do que se refere aos outros e do que constitui herança comum.

Em 2018, quando a União Europeia consagrou ao Património Cultural um Ano, tal decisão constituiu um marco emblemático para um projeto europeu de paz, de hospitalidade, de entreajuda, de desenvolvimento sustentável e de defesa da diversidade cultural. Estão em causa a cidadania livre e responsável; a soberania partilhada; a união de Estados livres e soberanos; a democracia supranacional; a subsidiariedade; e o desenvolvimento orientado para a dignidade humana. Eis por que este Ano Europeu pode e deve constituir-se num desafio às Universidades, às escolas, aos investigadores, às instituições, à sociedade civil e a todos os cidadãos europeus para que o património cultural seja considerado como fator de mobilização em torno da defesa do que é próprio e do que é comum.

A memória das guerras e em especial da Segunda Guerra Mundial ou a destruição de Palmira obriga-nos a pensar que uma cultura de paz europeia só poderá ser duradoura se à dimensão económica e monetária soubermos aliar a expressão cultural e política, com a qual poderemos tecer a coesão, a justiça distributiva, a equidade intergeracional e o primado da aprendizagem. Longe das boas intenções que enchem o inferno, precisamos de cuidado e atenção para o que somos, de onde vimos e para onde vamos.

A Cultura assume uma importância decisiva, já que a sustentabilidade não pode resumir-se nem à mera gestão dos recursos materiais, nem aos temas ambientais. Importa considerar o valor da memória, da aprendizagem e da capacidade criadora. Ao falar de Cultura, ainda estamos a ligar a fidelidade à memória, o respeito pela herança recebida das gerações passadas à Educação e à Ciência. O debate europeu atravessa um momento especialmente difícil e incerto. Como ligar a política e a economia, assegurando um papel ativo da União Europeia no equilíbrio e regulação da cena internacional? Como garantir o desenvolvimento sustentável, baseado no conhecimento, na aprendizagem, na inovação, na coesão e na qualidade de vida?

Não se tratou apenas de um gesto de boas intenções – mas estava em causa a demonstração da importância das raízes históricas e culturais; da necessidade de proteger e salvaguardar o património comum; da importância transversal e estratégica das políticas públicas ligadas à Educação, à Formação e à Ciência, bem como do entendimento de que só a proteção do património cultural, no contexto de uma identidade aberta e plural, e a sua ligação à qualidade da criação contemporânea podem corresponder a uma visão integrada do desenvolvimento, capaz de preservar uma cultura de paz.

Sabemos que não é verdade que Jean Monnet tenha dito alguma vez que se tivesse de recomeçar a construção europeia teria escolhido a cultura. De facto, uma lógica de solidariedade funcional exige a diversidade cultural – que, na fórmula de Jacques Delors, se deve associar às causas da paz e da segurança e do desenvolvimento sustentável. Os pais fundadores da Europa moderna consideraram a cultura como denominador comum de valores, como fonte da liberdade, da igualdade e da solidariedade e como pressuposto do respeito mútuo e da dignidade humana.

A política, a economia e a cultura articulam-se, assim, na defesa do bem comum – ou seja, na procura de interesses vitais comuns que contribuam para a paz e o desenvolvimento. Daí que a sustentabilidade deva ser considerada através do cuidado com a história e com a equidade entre gerações – preservando o património cultural e protegendo a natureza do irreversível esgotamento dos recursos…

Os desafios que o património cultural enfrenta e que têm impacto na sociedade contemporânea envolvem desde a transição para a era digital até à questão ambiental e demográfica, sem esquecer a prevenção e o combate do tráfico ilícito de bens culturais. Fundamentalmente, tratamos de conhecimentos, de cultura e de humanidade… Ter memória é respeitarmo-nos, é estudar a História e conhecer as raízes. Cuidar do que recebemos é dar atenção, é não deixar ao abandono, é conhecer, estudar, investigar, proteger e conservar. Mas trata-se ainda de promover a diversidade cultural, o diálogo entre culturas e a coesão social, de realçar o contributo económico do património cultural para os setores criativos e para o desenvolvimento.

Internacionalmente, tem-se discutido o conceito de Museu. O debate prossegue, verificando-se uma tensão entre a visão puramente instrumental dos museus que os assimila a instituições de natureza social ou participativa e a outra perspetiva, que procura preservar o que distingue os museus na sua diversidade e complexidade, tornando-os únicos. Do que se trata é de haver necessidade de evitar simplificações ou anacronismos. O património como realidade viva tem de ser visto à luz do tempo atual, compreendendo a relação entre memória e vida. A historiografia não visa um julgamento moral do que ocorreu no passado. Importa, sim, conhecer o tempo que nos precedeu, usar a memória como fator de compreensão da humanidade, de modo que a capacidade criadora das pessoas seja um fator de emancipação.

Eis por que importa compreender que o sentido crítico tem de estar presente, não para encontrar bodes expiatórios para os erros da humanidade, mas para entendermos o carácter imperfeito do género humano e a sua necessária perfectibilidade.

O que deve estar em causa é a procura de caminhos explicativos, de linhas de reflexão, de sínteses e de paradoxos, em resposta ao enigma persistente e contraditório de uma sociedade que oscila entre o messianismo e a vontade, entre o mito e a racionalidade, entre a crítica e a sobrevivência, entre o presente e o futuro. E no domínio do património cultural, importa refletir sobre os bens culturais ilegitimamente apropriados e sobre as consequências de situações pretéritas de domínio de uns povos sobre outros.

É do tempo presente que falamos e da memória nos dias de hoje, enquanto projeção do passado e responsabilidade – devendo haver um cuidado especial na regulação justa da posse dos bens ilegitimamente apropriados, no desenvolvimento de um verdadeiro conceito de património comum (como defende a Convenção de Faro do Conselho da Europa, na sequência dos principais instrumentos internacionais neste domínio) e na defesa e salvaguarda efetiva do património da humanidade, numa autêntica partilha de responsabilidades e segundo uma “cultura de paz”, que Federico Mayor tornou na UNESCO marca fundamental de um conceito moderno e civilizado de património cultural.

Em suma, o património cultural não é um conceito fechado ou estático, é uma realidade viva. Ter memória é respeitarmo-nos, é estudar criticamente a História e conhecer as raízes. Cuidar do que recebemos é dar atenção, é não deixar ao abandono, é conhecer, estudar, investigar, proteger e conservar. Como compreenderemos uma civilização sem o estudo e o diálogo entre a tradição e o progresso, sem o entendimento das suas raízes culturais e religiosas? Só o cuidado do património cultural permite assumirmos uma cidadania civilizada.

Guilherme d’Oliveira Martins assina este texto na qualidade de autor do ensaio “Património cultural – Realidade viva”, publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.

06 agosto 2020

Queijadas da Madeira

 

Não são muitas as especialidades da doçaria madeirense. A par com os bolos de mel, as queijadas sempre mereceram particular referência na pastelaria. Ficaram célebres as queijadas da Confeitaria Felisberta, da Mimo ou da antiga Penha d’Águia.

Hoje é difícil encontrar uma boa queijada no mercado regional. A industrialização do produto e a sua adulteração retiraram-lhe o sabor e também a forma tradicional. Agora até são congeladas e descongeladas conforme a procura.

É claro que ainda há dois ou três lugares onde se pode adquirir uma boa queijada. Boa, mas não a verdadeira! Infelizmente, na generalidade não se recomendam. As das máquinas de venda automática são de péssima qualidade. E é pena, porque um destino turístico também vive de produtos tradicionais, genuinamente preparados.

Foto Rui Marote

Em 2019, no certame as Sete Maravilhas Doces de Portugal, as queijadas da Madeira foram amplamente divulgadas e elogiadas, apresentando-se as melhores que se produziam na ilha, as da pastelaria Miminho, sendo esta especialidade escolhida como representante da Região Autónoma da Madeira.

Provavelmente, a queijada tem origem conventual, como, de resto, muitos outros doces. Nos registos de despesas do Convento de Nossa Senhora da Encarnação, do Funchal, encontramos referências à aquisição de ingredientes para a confecção de queijadas, no século XVIII. Contudo, não se conhece a receita das monjas clarissas.

O que distingue uma boa de uma má queijada é a farinha que se acrescenta ao requeijão, no recheio.

Num episódio do programa da RTP-Madeira Esquina dos Doces, em Setembro de 2019, vi, com estupefacção, um pasteleiro misturar excessivas quantidades de farinha e açúcar com requeijão, na produção em massa de queijadas. Evidentemente, que o resultado não pode ser bom, mas, quem não conhece, come e não reclama. Contenta-se com o docinho. Outros, mais esclarecidos, não voltarão a gastar dinheiro com queijadas daquele tipo.

Antigamente, não se adicionava farinha ao requeijão. Entre outros, o Tratado Completo de Cozinha e de Copa, de Carlos Bento da Maia (Lisboa: Livraria Editora Guimarães & C.a, 1904), apresenta uma receita de queijadas da Madeira, na qual os ingredientes do recheio são o requeijão, açúcar pilado, gemas e claras de ovos. Para a massa, farinha de trigo, manteiga e açúcar q. b. para adoçar levemente. Já confeccionei queijadas, seguindo esta receita, e o resultado é sempre muito bom. Não tem mesmo nada a ver com o que por aí se apresenta e vende.

Foto Rui Marote

Idêntica receita foi também publicada em Aprender: Cozinha Madeirense (1988) e no Almanaque PEF (2000). Com ironia, posso concluir que o segredo das verdadeiras queijadas da Madeira é não adicionar farinha ao requeijão. Os outros ditos segredos, que os pasteleiros gostam de insinuar com ar enigmático, são perfeitamente dispensáveis. Fazem parte da fantasia da cozinha. Dir-me-ão que, não acrescentar farinha, encarece o produto, reduz as vendas e baixa o lucro. Acredito que sim! A qualidade, porém, tem custos.

A queijada da Madeira, a que merece este título, tem de ser autêntica. Deveria ser certificada. São as coisas diferentes que marcam a diferença. Num mercado competitivo, a qualidade, a diferença e a inovação são vectores essenciais.

Fonte: Funchal Notícias

Vídeo ilustra Marcelo a fazer poncha no Porto Santo

O Presidente da República está de férias na Ilha Dourada.

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Depois de falar com os jornalistas e de ter comido duas 'lambecas', Marcelo Rebelo de Sousa, que está de férias no Porto Santo, tornou a surpreender. 

O Presidente da República dirigiu-se a uma das barraquinhas locais e aproveitou para fazer poncha tradicional, com uma 'ajudinha'. 






Fonte: Diário de Notícias da Madeira

04 agosto 2020

Espumante Terras do Avô 'SoCa 50' conquista prémio em concurso internacional

 O vinho obteve uma classificação de 89 em 100 pontos.

O Espumante Terras do Avô 'SoCa 50' conquistou o prémio 'Prata' no Concurso Internacional Brut Experience 2020. O vinho obteve uma classificação de 89 em 100 pontos.

Na Imprensa:

> Diário de Notícias da Madeira

CANCELED · GRAND CHAPTER · September 2020

Dear brotherhoods, Dear Brothers and Sisters,

It is with great regret that CEM - Confraria Enogastronómica da Madeira is forced to cancel its Grand Chapter for the first time, particularly this year in which it celebrates its 20 years of existence and had hundreds registered brothers from different latitudes from Europe.

The CEM's board did everything to bring alive this project, first, postponing from April to September 4-7, 2020, hopping that there would be minimal conditions to properly conduct an event of this nature.

However, despite the good results in the Madeira Island with the measures taken to contain the pandemic COVID-19, a sea of ​​uncertainties remains today, with major limitations in the gathering of large groups and a strong possibility of new restrictive measures, as now, that the peoples are obliged to wear a mask in public places.

This scenario led to several withdrawals and many doubts regarding the proper execution of the XX Grand Chapter. The CEM's board didn´t had other choice than to cancel the event in order to prevent any outbreak of transmission and to safeguard the good memories that the participants keep from the Region.

We thank you for your understanding and hope that we can celebrate a new edition of the Grand Chapter at the end of April 2021.

In spite of everything, we will be delighted to welcome you this year, individually, in small groups with the necessary precautions (view Madeira Safe to Discover), do not hesitate to contact us.


MORE INFORMATION:
Márcio Ribeiro - +351 963129118


CONFRARIA ENOGASTRONÓMICA DA MADEIRA
Rua do Mercado, nº 14, 9325-034 Estreito de Câmara de Lobos – Madeira, Portugal
NIF 511 158 912 - MADEIRA - madeiraallyear.com



CANCELAMENTO · Gr. Capítulo · Setembro 2020

Prezados confrades e amigos,

É com grande pesar que a CEM - Confraria Enogastronómica da Madeira vê-se forçada a cancelar pela primeira vez o seu Grande Capítulo, particularmente este ano em que celebra os seus 20 anos de existência e contava com duas centenas de confrades inscritos de diversas latitudes da Europa.

A Direção da CEM tudo fez para levar a bom porto este projeto, primeiro, adiando de abril para 4 a 7 de setembro de 2020 na esperança de que haveria condições mínimas de realizar condignamente um evento desta natureza.

No entanto, apesar do bom resultado na Região das medidas de contenção da pandemia COVID-19, atualmente mantém-se um mar de incertezas, com grandes limitações no ajuntamento de grupos e uma forte possibilidade de surgirem novas medidas restritivas, como agora, que é obrigatório a utilização de máscara em locais públicos.

Perante este cenário que tem provocado inúmeras desistências e muitas dúvidas a execução condigna do XX Grande Capítulo, a Direção da CEM vê-se forçada a cancelar o evento para prevenir qualquer foco de transmissão e salvaguardar as boas memórias que os participantes têm levado da Região nos anos anteriores.

A CEM agradecemos a vossa compreensão e faz votos que possamos celebrar em finais de abril 2021 uma nova edição do capítulo.

Apesar de tudo, teremos todo o gosto de recebê-los ainda este ano, a título individual, em pequenos grupos com as devidas precauções (ver Madeira Safe to Discover), não hesitem em nos contactar.


MAIS INFORMAÇÕES:
Alcides Nóbrega - +351 965014491 | Olga Mendes - +351 924030562 
Márcio Ribeiro - +351 963129118


CONFRARIA ENOGASTRONÓMICA DA MADEIRA
Rua do Mercado, nº 14, 9325-034 Estreito de Câmara de Lobos – Madeira, Portugal
NIF 511 158 912 - MADEIRA - madeiraallyear.com



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