30 julho 2021

Videira vinda da Eslovénia registada como a mais antiga do mundo é plantada na Serra Gaúcha



Numa celebração ao vinho, sua história e sua cultura, Bento Gonçalves festejou o plantio da videira mais antiga do mundo. O ramo, originário da Eslovênia e datado de 500 anos atrás, foi plantado em um lugar de honra na Dal Pizzol Vinhos Finos, em Faria Lemos – às portas do Vinhedo do Mundo, um reduto com mais de 400 variedades de uvas de 30 países. A cerimônia ocorreu na manhã de 26 de setembro, conduzida pelo diretor da cantina, Rinaldo Dal Pizzol, foi prestigiada pelo embaixador italiano no Brasil, Antonio Bernardini, e pela representante da Embaixada da Eslovênia, Suzana Pendic. “Vejo esse ato como uma oportunidade de criar laços entre Maribor e Bento Gonçalves”, disse a adita comercial da embaixada eslovena.



A videira é proveniente da cidade de Maribor e está sustentada na parede externa de uma casa do século 16, ambos considerados Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Chegou ao Brasil por intermédio da amizade de Dal Pizzol com Luigi Soini, enólogo italiano e mentor intelectual do Vinhedo do Mundo. Soini tem uma plantação similar na cidade de Cormóns, Friuli, na Itália, com quase mil variedades de uvas de onde, a partir de um blend com algumas delas, produz o Vinho da Paz.

Foi através dele que as tratativas de doação do ramo de videira da cepa Modra Kavcina começaram, ainda em 2015. “Precisamos ficar na fila para sermos contemplados”, lembrou Dal Pizzol. A doação da videira é uma concessão oficial, de forma diplomática a destinatários internacionais. De Maribor, a videira foi levada a Cormóns e de lá transportada ao Brasil.

Para Dal Pizzol, o ato do plantio transcende o enriquecimento cultural de seu acervo vinífero. “Isso simboliza a solidariedade, a fraternidade e a paz entre os povos. E mesmo que a Eslovênia seja um tanto desconhecida para nós, a uva, o vinho, faz essa ligação entre os povos, de modo que a distância entre Maribor e Bento Gonçalves seja muito próxima. Que essa aproximação traga frutos não só uvas, mas frutos culturais, sociais e, quem sabe, econômicos”, disse Dal Pizzol.

No Brasil, a muda foi submetida a procedimentos de enxertia de mesa e vegetação pelo viveirista Edgar Sinigaglia Junior, que estendeu a vida da videira de Maribor. Um outro exemplar da muda foi plantado na FundaParque, numa forma de demonstrar a importância do cultivo para os habitantes de Bento Gonçalves. “O vinho não é só um produto agroalimentar, é um produto cultural carregado de emoções e que faz parte da história do homem desde milênios”, comentou Dal Pizzol.
A variedade Modra Kavcina



A cada ano, algumas dezenas de garrafas são produzidos a partir da vinha de Maribor, que produz cachos com formato piramidal e bagas redondas de cor azulada. O resultado é um vinho único e peculiar, de cor vermelha rubi, aroma violeta e um buquê complexo de flores do campo. O vinho extraído da variedade Modra Kavcina é presenteado pela municipalidade de Maribor a autoridades que visitam a cidade eslovena.



Edição: Su Maestri
Crédito das imagens: Tiago Garziera

29 julho 2021

A Confraria visitou a terra do “Xavelha”

A Confraria Enogastronómica da Madeira visitou o concelho que viu nascer o “Xavelha”, embarcação típica de Câmara de Lobos utilizada na pesca do afamado peixe-espada preto. O encontro realizou-se no último sábado, 24 de julho de 2021, na renovada sala de provas do produtor de vinhos Octávio Ferraz.


O convívio contou com uma convidada especial, a apresentadora Catarina Fernandes, que têm animado o final de tarde dos madeirenses com o programa “Verão cá dentro”. Um programa de entretenimento da RTP Madeira dedicado às atividades de verão, que agrega música, dicas de culinária, conselhos sobre bem-estar e promoção de atividades diversas ao ar livre.

A convidada enalteceu o trabalho desenvolvido pelos confrades, que levam o nome da Madeira mais além ao divulgar os nossos saberes pelo mundo à fora. Agradeceu também os presentes pelo excelente momento de partilha e felicitou os donos da casa pela divinal espetada, muito bem acompanhada com a produção local!


A direção fez saber que a confraria visitará a República Checa pela primeira para participar num capítulo da ORDO EQUESTRIS VINI EUROPAE (OEVE) - Konzulat Czech Republic. O evento irá decorrer no final de agosto na cidade de Mikulov, coração da produção vinícola daquele país, localizada junto a fronteira com a Áustria e contará com a participação de Rostislav Koštial, senador no parlamento checo.

O presidente da confraria, Alcides Nóbrega, relembrou o reagendamento do Grande Capítulo para 1 a 4 de outubro de 2021, em virtude da coincidência com o ato eleitoral. Fez saber que os preparativos decorrem a bom ritmo, estando já prevista a deslocação de uma delegação da Bulgária.

As vinhas de Octávio Ferraz estão numa encosta Ribeira dos Socorridos, no sítio da Palmeira e Voltas. A propriedade pertence à família, há 3 gerações. Em 1999 funda a empresa e inicia a plantação de novos vinhedos, com as castas brancas Verdelho, Malvasia Fina e Arnsburger, e as castas tintas Aragonês, Merlot e Syrah. Em 2005, apresenta primeiro o “Palmeira e Voltas”, o seu vinho branco, volvidos dois anos dá a conhecer o seu tinto, o “Xavelha”, já em 2014, seguindo novas tendências faz o lançamento do “Xavelha” rosé.

A propriedade esta aberta a visitas sob reserva, o espaço desperta várias curiosidades, com as suas árvores de fruta e plantas aromáticas, alguns pequenos lagos, mesmo alguns animais domésticos e uma vista que vai até Câmara de Lobos, lá ao fundo. A sala de provas é bem apetrechada, com um alpendre ao ar livre, que delicia visitantes ao degustar os vinhos, com alguns petiscos á mistura.

De salientar a qualidade destes vinhos, nomeadamente o Xavelha de 2011, classificado com 17 valores e o Palmeira e Voltas de 16,5 numa prova cega em vinhos de gama alta realizada pela conceituada revista Vinhos para a edição de dezembro 2020. Motivos mais do que sobra para uma visita.


OCTÁVIO ASCENSÃO FERRAZ | Palmeiras e Voltas e Xavelha
Horário de Funcionamento: Segunda-feira a Sábado: 9:00 - 19:00
Interrupção: Domingo e Feriados

CONTACTOS
Caminho João Ernesto Pereira, 7 - 9300-075 Câmara de Lobos
+351 965 010 630















17 julho 2021

RTP-Madeira promove programa televisivo "Gastronomia Local"



Um percurso pelos 11 concelhos da ilha da Madeira à volta de um prato típico de cada localidade.
A confecção de uma iguaria desde a escolha dos produtos da terra até à cozinha e depois ao prato. Pelo meio, uma viagem por produtos emblemáticos e característicos de cada município.




16 julho 2021

Programa '7 Maravilhas da Nova Gastronomia' da RTP

10 Anos depois da emblemática eleição das 7 Maravilhas da Gastronomia onde honrámos a tradição do nosso receituário, Portugal mudou, e fez evoluir a sua Gastronomia baseada na nossa tradição culinária e na riqueza e frescura dos produtos dos nossos territórios. Em 2021, vamos eleger as 7 Maravilhas da Nova Gastronomia. Um programa transmitido pelo canal televisivo RTP.




08 julho 2021

Um “monstro” delicioso das profundezas da Madeira – O nosso Peixe-Espada Preto

Já alguma vez entraram num restaurante local na Ilha da Madeira onde não viram na ementa Peixe-espada Preto com banana?



Claro que não! A espada preta é um dos pilares da cozinha madeirense e já o é há séculos. Porém, aconselhamos que o prove antes de vê-lo nas mesas de mármore do movimentado Mercado dos Lavradores. É possivelmente a criatura mais feia que já viram: com seu corpo comprido em forma de enguia negra, seus enormes olhos de mármore e suas fileiras de dentes afiados como navalhas numa boca gigantesca. Nada apetitoso! Terão prestado atenção nas aulas de ciências na escola e lembram-se que aqueles olhos enormes são um indicador da profundidade onde vive este predador: no caso das águas à volta da Ilha da Madeira, algo entre os 600 e os 1600 metros de profundidade.



E como é que os pescadores descobriram que havia um tesouro delicioso tão fundo no oceano?

Não podemos esquecer que a Ilha da Madeira é o topo de uma montanha marítima de 6km de altura e que apenas cerca de 1862 metros estão acima do nível do mar. Portanto, o mar fica muito fundo muito rápido à medida que nos afastamos da costa.

As pessoas pescam para subsistir na Madeira desde o início da colonização, há 600 anos. Uma das principais capturas comercialmente importantes era o atum, e para capturar esses príncipes dos mares era necessário ter um bom isco. O melhor é a lula e, para apanhá-la, os barcos saem à noite e acendem luzes fortes para atraí-las. Contudo, há séculos, antes da invenção da eletricidade, os pescadores precisavam de combustível para acender as suas tochas, e o mais facilmente disponível era o óleo de peixe, nomeadamente de Peixe de Azeite, de tubarão e de esqualo. Isso também era usado para iluminar as casas … não exatamente uma cheirosa vela de aromaterapia!

Ora, foi um dos pescadores que se especializou em Peixe de Azeite que encontrou a necessidade de ir cada vez mais fundo para os encontrar, que numa noite de 1839 arrancou das profundezas uma criatura muito diferente: o bicho comprido e dentuço assustou-o, por isso levou-o a um conhecido naturalista que vivia na Ilha da Madeira na altura: Richard Thomas Lowe. Este último nasceu em 1802 e se formou em Cambridge em 1825, ingressando imediatamente no clero. Tornou-se capelão da Igreja Inglesa na Madeira em 1832 e a maior parte do seu tempo livre era dedicado à descoberta, classificação e preservação da flora e fauna madeirenses. E foi o reverendo Lowe que deu àquele longo peixe negro até então desconhecido o seu nome científico: Aphanopus carbo, uma clara referência à sua aparência – aphanopus, com pés invisíveis, pois as suas barbatanas pélvicas não são visíveis, e carbo, do grego, preto. Esse espécime ainda existe hoje porque foi preservado e está em exibição no British Museum em Londres.

Rapidamente os pescadores começaram a pescar espada e a melhorar as formas de o fazer. Ainda hoje o método é muito rudimentar: um aparelho com várias linhas compridas com vários ganchos nas pontas. Hoje em dia a recuperação das linhas é feita com motores, mas imaginem o trabalho árduo que costumava ser puxá-las manualmente: quase 1000m de linha! A partir de entrevistas com pescadores nos anos 70, podemos descobrir um fato interessante: que a primeira parte de puxar as linhas era mais difícil porque com a diminuição da pressão à medida que os peixes subiam, fazia inchar a sua bexiga natatória e eles flutuavam naturalmente até a superfície. A diferença de pressão, na maioria das vezes, matava os peixes, mas há relatos de alguns deles a abrir e a fechar as grandes mandíbulas ao chegarem à superfície, acabando com o mito urbano de que ninguém jamais viu uma espada viva. Certamente, ainda não há nenhum vídeo ou registro fotográfico desses longos e esbugalhados seres!



O principal centro de pesca da espada na Ilha da Madeira é Câmara de Lobos, a vila piscatória que Winston Churchill achou tão pitoresca que a pintou. Aqui ainda se encontram os barcos coloridos prostrados como lobos marinhos ao sol na praia de calhau, os pescadores a consertar o seu equipamento e peixe a secar ao sol. Antigamente, teriam visto crianças a ajudar a esticar e entrelaçar as linhas, pois elas costumavam ser feitas de cânhamo, não de nylon. O processo de cura do cânhamo era complexo e envolvia deixá-lo numa pasta feita com o nosso Ensaião (uma suculenta local que cresce nas rochas) que fermentava e adicionava resistência às linhas de cânhamo.



A isca preferida é a pota limão (Ommastrephes pteropus), embora outros cefalópodes ou peixes pequenos possam ser usados nas linhas que são baixadas para entre 600 e os 1000 metros, onde a espada sobe para se alimentar todas as noites. Na Madeira muitas vezes se vê uma linha de luzes à noite no horizonte, brincamos que é a nossa auto-estrada para o continente, mas é na realidade a frota de barcos de pesca que sai à caça de lulas com as suas poderosas luzes sedutoras.

Uma nota adicional sobre a importância deste peixe é que graças à amizade que cresceu entre os homens que limpavam a espada no mercado, e o cientista alemão Gunther Maul, que foi diretor do Museu de História Natural do Funchal durante décadas, foram descobertas pelo menos duas dúzias de novas espécies de peixes de profundidade nos anos 40 e 50. Os homens guardavam para o cientista tudo o que encontrassem no intestino da espada, uma predadora voraz, dando-lhe assim acesso a um mundo que não era conhecido pela ciência e ainda inacessível à tecnologia na época.

Inicialmente pensava-se que o peixe-espada preto era exclusivo da Madeira, mas agora sabemos que está presente em três oceanos diferentes, mas em nenhum lugar com tanta abundância e tão imerso na cultura como na Ilha da Madeira.



Hoje em dia, este peixe ainda ocupa um lugar muito especial nas nossas dietas, visto que aparece em muitos dos nossos pratos locais. Já falamos da espada com banana frita. Muitos de vós perguntarão como é que esta combinação improvável surgiu, mas a verdade é que não sabemos. Pode ter sido um chef local que teve uma boa ideia e a ideia propagou-se, ou pode ser uma influência da América do Sul de ter plátano a acompanhar o prato principal … ou uma combinação de ambos? A contribuição moderna é a adição de maracujá, o que parece lógico já que a acidez da fruta corta o sabor frito do peixe que muitas vezes é frito com um polme. Outro favorito é a comida de ressaca: nada sabe melhor depois de dançar a noite toda do que um papo-seco crocante e fresco com um filete de espada e um pouco de alface e tomate. Ou outra opção no prato enganador chamado Espada Camarão, onde o peixe é cortado em tiras finas, passado no polme e depois se enrola na forma de camarão quando é frito. A sua carne leve e delicada é perfeita para soufflé de peixe, as suas cabeças fazem uma sopa deliciosa e as ovas podem ser fritas e são o melhor acompanhamento para uma cerveja gelada ao final do dia. Um pouco como é o bacalhau em Portugal continental, onde dizem que existem 1000 formas de o preparar, assim é a espada na Madeira!



Bom proveito, seja qual for a maneira que experimentem primeiro, garantimos que vão prová-la novamente!

Descubra alguns restaurantes onde poderá encontrar este peixe delicioso, o nosso fantástico peixe-espada, aqui.

NB: Pode surgir alguma confusão devido à proximidade da palavra espada com a palavra espetada. Ambas são especialidades locais onipresentes nos cardápios: Espada é o peixe-espada preto e Espetada é basicamente alguma coisa no espeto, mas geralmente significa pedaços de carne de vaca temperada com sal e louro grelhados no espeto sobre as brasas. No entanto, podem comer outros tipos de espetada: frango, marisco e, ocasionalmente, até adivinhou: Espetada de espada! 

04 julho 2021

Uvas, a melancia e melão ameaçadas (vídeo)

As uvas, a melancia e o melão do Porto Santo podem estar em vias de desaparecer. Os agricultores que se dedicam a estes produtos já são poucos e há poucos jovens a querer abraçar este trabalho. A RTP encontrou duas gerações de produtores na ilha, separados por 30 anos, mas com o mesmo amor à terra.


Fonte: Telejornal Madeira, edição de 4 Julho 2021

Terras do Avô premiado (vídeo)

Um espumante regional mereceu medalha de prata num concurso mundial. Uma produção de 2015 Terras do Avô da casta verdelho.


Fonte: Telejornal da RTP-Madeira, edição de 4 de Julho.

01 julho 2021

Peixe-espada, espetada, lapas e bolo do caco: Os Sabores da Madeira

 A Madeira não é só conhecida pelas suas belezas naturais. Há também a gastronomia. Peixe-espada, espetada, lapas e bolo do cacos são alguns dos melhores pratos da região.


Fonte: Jornal da UMA da TVI, 1 de Julho de 2021.

Quatro vinhos produzidos na Madeira premiados a nível internacional

Três generosos e um espumante trazem para a Região quatro medalhas, uma das quais é de ouro.


A Madeira não fez má figura na 28.ª edição do Concurso Mundial de Bruxelas, competição internacional em que cerca de 10.000 vinhos foram colocados à prova e, naturalmente, avaliados por um painel de peritos altamente especializados.

O evento, que decorreu entre os dias 18 e 26 de Junho, no Luxemburgo, premiou quatro vinhos produzidos na nossa Região. Três generosos e ainda um espumante da Terras do Avô trazem na bagagem quatro medalhas.

O galardão de ouro foi atribuído a um Vinho Madeira da Henriques & Henriques. O generoso de uma só casta (Boal) envelheceu em canteiro por um período mínimo de cinco anos e data de 2000. A empresa fundada em 1850 dá nota de prova.

"Vinho ouro escuro com nuances esverdeadas. Aroma complexo e evoluído de intensidade pronunciada a frutos secos, nomeadamente passas e nozes, mas também mel e baunilha.
Meio doce, corpo médio, sabor complexo e intenso a caramelo e frutos secos. Vinho com toque de madeira velha e um longo fim de boca. "


Além da insígnia dourada, a Henriques & Henriques coloca também na sua estante mais uma medalha, desta vez de prata, graças ao seu Verdelho de 15 anos.

Ainda no lote dos Vinhos Madeira, destaque igualmente para outra medalha de prata conquistada pela Justino's graças à produção do Contemporal Madeira Doce, feito a partir de Tinta Negra Mole, e distribuído para uma grande cadeia de supermercados a nível nacional, propriedade da SONAE.

Quem também tem motivos para festejar é Duarte Caldeira (o avô) e a sua família. É que o espumante Terras do Avô 'Filipa' também conquistou uma medalha de prata em Bruxelas.

Foi a própria filha de Duarte Caldeira, neste caso Sofia Caldeira, que lançou a novidade nas redes sociais. Aliás, o 'anterior' espumante Terras do Avô, neste caso o 'SoCa', também conquistou diversos prémios nacionais e internacionais na altura em que foi lançado.

Com tecnologia do Blogger.

 

© 2013 Confraria Enogastronómica da Madeira. All rights resevered. Designed by Templateism

Back To Top