Estes são vinhos eternos
Já se sabe que o Natal é época alta para o consumo do vinho do Porto. E ainda bem. Mas como o País é muito rico em matéria de vinhos doces, se calhar não seria má ideia variarmos um pouco. Ou, melhor ainda, juntar o habitual Porto a um vinho Madeira. Isso é que era, até porque o serão seria bem mais divertido à mesa. Depois de alguns anos de ocaso, os vinhos Madeira regressaram em grande forma, em particular os vinhos feitos com as castas ditas nobres (Verdelho, Boal, Cercial e Terrantez), mas o problema é que, por razões misteriosas, continuamos a não ligar muito aos vinhos doces. Os espanhóis, por exemplo, estão empenhadíssimos em trazer para a ribalta o vinho Jerez (com a participação de chefes e personalidades de diferentes áreas criativas), mas nós, nada. Limitamo-nos a mandar os vinhos para as prateleiras e esperar que um ou outro estrangeiro se encante com uma garrafa datada. Ora, a entidade privada que mais faz pela promoção do vinho Madeira no continente é o Bar do Binho, em Sintra, que ainda recentemente promoveu o Madeira Wine Experience - uma prova com vinhos raríssimos, alguns criados na segunda metade do século XIX. Estes eventos são determinantes para a educação dos consumidores, visto que é a partir da prova de vinhos velhos que percebemos que a compra de vinhos Madeira é um exercício de inteligência e bom gosto. Bom gosto porque são deslumbrantes no nariz e na boca. E inteligência porque é um bom negócio. São vinhos que nunca se perdem.
Um Quinado para os saudosistas
Um Quinado para os saudosistas
Houve um tempo em que se produzia uma coisa chamada vinho Quinado e que consistia em vinho do Porto com uma percentagem de quinina.
Tais vinhos tinham como destino África e Brasil e serviam como bebida preventiva contra a malária. Passaram-se os tempos e as terapias contra a praga já não passam pela ingestão de bebidas alcoólicas, pelo que as empresas de Gaia deixaram de fabricá-lo. Sucede que, algumas, com stock nas caves, acham piada lançar volta e meia um destes vinhos que, convém notar, não se pode chamar vinho do Porto. É pura e simplesmente vinho Quinado. É o caso da Poças Junior que, este ano, está a celebrar 100 anos vida (coisa rara numa empresa familiar portuguesa no negócio do vinho do Porto). São só 150 garrafas e têm como destino agradar quem tinha por hábito beber noutros tempos um cálice de Quinado. Custa 165 €.
Bem com toda a doçaria
Toda, se calhar é um exagero mas seguramente que um vinho Madeira vai bem com a maioria das sobremesas de Natal, tradicionais ou mais criativas. As notas torradas e caramelizadas do vinho ficam muito bem com tartes de frutos secos, por exemplo. Claro que, para os puristas, é mais ou menos como a história dos charutos. Apreciam-se sozinhos. É capaz de ser uma boa teoria.
Tais vinhos tinham como destino África e Brasil e serviam como bebida preventiva contra a malária. Passaram-se os tempos e as terapias contra a praga já não passam pela ingestão de bebidas alcoólicas, pelo que as empresas de Gaia deixaram de fabricá-lo. Sucede que, algumas, com stock nas caves, acham piada lançar volta e meia um destes vinhos que, convém notar, não se pode chamar vinho do Porto. É pura e simplesmente vinho Quinado. É o caso da Poças Junior que, este ano, está a celebrar 100 anos vida (coisa rara numa empresa familiar portuguesa no negócio do vinho do Porto). São só 150 garrafas e têm como destino agradar quem tinha por hábito beber noutros tempos um cálice de Quinado. Custa 165 €.
Bem com toda a doçaria
Toda, se calhar é um exagero mas seguramente que um vinho Madeira vai bem com a maioria das sobremesas de Natal, tradicionais ou mais criativas. As notas torradas e caramelizadas do vinho ficam muito bem com tartes de frutos secos, por exemplo. Claro que, para os puristas, é mais ou menos como a história dos charutos. Apreciam-se sozinhos. É capaz de ser uma boa teoria.
Fonte: Boa Vida - Correio da Manhã
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