Artigo de Opinião por Filipa Aveiro.
As feiras de vinhos permitem-nos apurar os nossos sentidos de degustação.
Nesses eventos, temos a possibilidade de provar vinhos que, geralmente, não temos acesso e, ainda, de comparar aromas e sabores, experienciando as diferentes reações que nos causam ao nariz e à boca, descobrindo os que nos agradam mais, distinguindo-os por estilos, regiões, castas e anos.
Para além das provas vinhos, as feiras proporcionam-nos bons momentos entre amigos. Vinhos e amigos são ingredientes fantásticos para bons instantes de descontração, boa conversa e divertimento.
Por acreditar nesta receita, cheguei a marcar viagens com um grupo de amigos para irmos à Essência do Vinho e ao Simplesmente Vinho. São eventos com filosofias distintas, embora com o mesmo fim… dar a provar vinhos e divulgar distribuidores. A Essênciadecorre no Palácio da Bolsa, um lugar magnífico e cheio de glamour, num ambiente, que na minha opinião, está cada vez mais comercial. Já o Simplesmente, como o próprio nome indica, é um evento mais simples e com mais alma, seguindo o conceito de “vinhos diferentes e com uma dose saudável de loucura e poesia”1, onde os produtores e consumidores se reúnem em torno de barricas, proporcionando uma interação mais pessoal com cada produtor. Num ambiente engradecido pela presença de alguns restaurantes, de concertos e de obras de arte expostas nas paredes de pedra rústica, de um edifício do século XV, sendo ele o antigo Convento de Monique, com vista para o rio Douro… simplesmente divinal.
Na Madeira, as garrafeiras e distribuidoras de vinhos começaram a abrir as suas portas para dar a conhecer, ao público em geral, os seus produtos. O último que estive presente foi na Copo, num sábado à tarde, com a presença de alguns produtores regionais e nacionais que fazem jus ao seu reportório.
Nem sempre os vinhos mais caros são os melhores. A qualificação de um vinho é uma variável que depende do gosto individual de cada um de nós. Um bom vinho é aquele que nos dá a vontade de repetir a experiência, acompanhando-o, talvez, com uma refeição.
Dos que provei nesse dia, realço o ‘Regueiro’ trajadura/alvarinho. Um vinho branco de 2017, da região dos Vinhos Verdes, com aroma frutado ligeiro, muito agradável. Revelou-se ser um vinho equilibrado entre o álcool e a acidez, fresco na boca, com um final persistente e longo, mais seco que a edição anterior, excelente para acompanhar pratos de peixe grelhado ou mariscos, sem se sobrepor a estes sabores vindos do mar. A sua identidade visual é marcada por uma garrafa esguia e elegante, que se destaca nas prateleiras entre outras, guarnecida por um rótulo eclético, que transmite confiança e fidelidade ao consumidor, pela sua simplicidade e pela informação explícita pela patente da marca ‘Regueiro’, numa fonte cursiva um pouco elaborada e, pela designação das castas de fácil leitura, em caixa alta, no tom preto que se destaca do fundo pastel. O preto é uma cor desprovida de sentimento, mas confere nobreza e distinção, enquanto que o pastel é a estandarte da esfera íntima.
Já sabe, se quiser provar este ou outros vinhos e acompanhar as novidades que chegam ao mercado regional, esteja atento aos inúmeros eventos existentes e marque na sua agenda!
Fonte: JM-Madeira
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