13 maio 2020

Países desconhecidos no mundo do vinho

22:52

China, Canadá, Eslovênia e outros países que produzem bons vinhos.

Você já se imaginou entrando em uma loja, ou mesmo olhando a carta de vinhos de um restaurante, para pedir um rótulo indiano? E um tinto chinês? Que tal um espumante inglês ou um branco esloveno? Pode parecer estranho à primeira vista, pois não é exatamente de conhecimento geral que países fora do circuito “convencional” – como Chile, Argentina, Itália, França e Portugal, por exemplo – sejam produtores de vinhos de qualidade.
E mais, alguns desses “países produtores estranhos” têm, na verdade, tradição milenar na vitivinicultura e até mesmo são berço de cepas muito conhecidas, como, por exemplo, a Zinfandel, popular nos Estados Unidos e que na Itália leva o nome de Primitivo, mas, no fundo, é de origem croata.
Assim, ADEGA foi buscar informações sobre esses países e degustou uma seleção de rótulos para mostrar quão amplas são nossas escolhas e que não devemos nos prender ao “convencional”, abrindo as portas para o “novo”. Alguns rótulos aqui degustados estão disponíveis no Brasil; outros, contudo, só serão achados em seus países de origem. Então, vamos a nossa viagem.

ÁUSTRIA

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A atividade vinífera está concentrada no leste da Áustria
A história do vinho na Áustria teve início pelas mãos dos celtas, que em 500 a.C. já cultivavam uvas para a produção da bebida. Os romanos deram continuidade ao trabalho, que quase foi dizimado na época das invasões bárbaras. Mais tarde, com a vinda de monges para a região – geralmente cistercienses da Borgonha –, as vinhas voltaram a florescer. Naquela época, as áreas de vinhedos eram 10 vezes maiores que as atuais e os rótulos austríacos largamente exportados. A primeira escola de viticultura e enologia da Áustria foi estabelecida em Klosterneuburg, nos idos de 1860.
Em 1985, um episódio devastador assolou a Áustria. Foi descoberto que uma parte da produção do país havia sido adulterada por um aditivo químico ilegal a fim de que os vinhos aparentassem ter mais corpo e de que os vinhos doces tivessem sabor ainda mais doce. No ano seguinte, as exportações caíram mais de 80%. Depois desse episódio, profundas reformas no setor foram feitas e a legislação austríaca é, até hoje, uma das mais rigorosas do mundo.
A desconfiança dos vinhos austríacos só começou a se dissipar na segunda metade da década de 1990 e hoje pode-se afirmar que o país produz alguns dos melhores Riesling e vinhos de sobremesa do mundo, especialmente botritizados.
O clima na Áustria é continental, com invernos rigorosos – com temperaturas médias próximas da zona de congelamento – e verões secos e quentes. Já os índices pluviométricos variam de acordo com a região do país, fato que exerce influência direta sobre as datas de colheita, que podem ir do final de agosto até o final de novembro, ou além para os Late Harvest.

Regiões e uvas

A atividade vinífera austríaca está concentrada no leste do país, na fronteira com a Hungria, República Tcheca, Eslováquia e Eslovênia e divide-se em quatro regiões principais: Weinland Österreich, que abrange as províncias de Baixa Áustria e Burgenland; Steierland, na província de Estíria; Wien, que compreende Viena; e Bergland Österreich, que engloba os poucos vinhedos do oeste do país.
A cepa emblemática da Áustria – e também a mais cultivada no país – é a branca Grüner Veltliner, cujos vinhos tendem a ser frescos, minerais e ter toques discretos de especiarias picantes. Outras nativas de destaque são Zweigelt, Welschriesling e Müller-Thurgau. Entretanto, a viticultura austríaca é formada por um grande mosaico de variedades, como Riesling, Gewürztraminer, Portugieser, Blaufränkisch, Pinot Blanc (lá chamada de Weissburgunder), Chardonnay, Neuburger, Muscat Ottonel, Pinot Gris (também conhecida por Grauer Burgunder e Ruländer), Zierfandler, Rotgipfler, Wildbacher, Cabernet Sauvignon, Pinot Noir (ou Blauer Burgunder), St.-Laurent etc.
Weingut Bründlmayer, Kamptal, Áustria. Vinícola situada 70 quilômetros a noroeste de Viena, ao longo do rio Danúbio. Elabora este branco exclusivamente a partir de uvas Grüner Veltliner advindas do vinhedo Berg Volgensang, sem passagem por madeira. Apresenta cor amarelo-citrino de reflexos violáceos e aromas exuberantes de frutas brancas e cítricas envoltos por notas herbáceas e minerais. Em boca, é frutado, fresco, limpo, tem ótima acidez e final persistente, confirmando os toques minerais encontrados no nariz. Ideal na companhia de frutos do mar. EM
Weingut Prieler, Burgenland, Áustria. A família Prieler está na região de Burgenland há mais de 150 anos. Tinto elaborado exclusivamente a partir de Blaufränkisch, com estágio de 20 meses em barricas usadas de carvalho e grandes tonéis de madeira. Apresenta cor vermelho-rubi translúcido e aromas de frutas vermelhas frescas lembrando framboesas e cerejas, bem como notas florais, herbáceas e especiadas, além de toques terrosos e de cogumelos. Em boca, é austero, estruturado, equilibrado, mais profundo que cheio, tem ótima acidez e final longo, persistente e elegante. Álcool 13%. EM

CANADÁ

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No Canadá, clima frio, com longos períodos de temperaturas negativas, cria condições ideais para os vinhos do gelo
A indústria do vinho no Canadá teve início no começo do século XIX. Em 1811, um militar alemão aposentado chamado Johann Schiller trouxe para o país vinhas da variedade labrusca, iniciando um vinhedo para seu cultivo e uma pequena vinícola. Em 1890, já havia 41 vinícolas comerciais no Canadá, 35 delas em Ontário.
Até a primeira metade da década de 1970, a maioria dos vinhos canadenses era doce e bastante alcoólica, produzida a partir de variedades de vitis labrusca. E mais, esses vinhos eram rotulados como “Sherry” ou “Port”, de acordo com sua cor. A natureza do vinho canadense começou a mudar em meados de 1970. Passou-se a elaborar vinhos de mesa mais secos e menos alcoólicos e vinícolas de Ontário e British Columbia se dedicaram ao cultivo de uvas viníferas. Entretanto, o grande salto se deu em 1988, com a criação de um sistema de Denominação chamado Vintners Quality Alliance – VQA, em Ontário e, posteriormente, em British Columbia (1990).

Regiões e uvas

Geograficamente, a área de maior concentração de vinícolas canadenses tem a mesma latitude da região de Languedoc e de Chianti, porém, as temperaturas no Canadá são mais baixas e normalmente ocorrem situações de congelamento-descongelamento-recongelamento no início da primavera, o que gera variações entre as safras e uma série de desafios aos enólogos.
No Canadá, a produção de vinhos é controlada pelo “Provincial Liquor Boards” e, até hoje, o sistema de VQA trata da delimitação de denominações, bem como regulamenta o cultivo dos vinhedos e o processo de vinificação. Vinhas labrusca não podem ser utilizadas, embora algumas variedades híbridas e americanas sejam permitidas. Atualmente, duas são as regiões que preenchem os requisitos da VQA: Ontário e British Columbia.
Ontário divide-se em quatro principais denominações: Niágara Península, Lake Erie Shore, Pelee Island e Prince Edward Island. Lá é produzida a maior parte do vinho canadense. Dias longos e noites frias retardam o processo de maturação das uvas, ao mesmo tempo que acentuam seu grau de acidez. Mais de 50 variedades são cultivadas em Ontário, incluindo Viognier, Gewürztraminer, Zweigelt, Auxerrois, Pinot Grigio, Chardonnay e Pinot Noir. A Riesling se dá bem na região, gerando brancos frescos, secos e frutados, além de elegantes Icewines.
Apesar de responder por apenas um quarto dos vinhedos canadenses, British Columbia é responsável pela produção de uma parcela considerável dos melhores vinhos do país. Divide- se em quatro regiões: Fraser Valley, Vancouver Island, Similkameen Valley e Okanagan Valley. Okanagan Valley é a segunda mais importante região produtora do Canadá. As principais cepas cultivadas são Pinot Blanc, Sauvignon Blanc, Pinot Gris, Riesling e Gewürztraminer, além de Pinot Noir e Cabernets.
De fato, o Canadá é conhecido por seus Icewines – o clima frio, com longos períodos de temperaturas negativas, cria condições ideais para os vinhos do gelo – produzidos tanto a com uvas brancas quanto com tintas. Uma variedade híbrida denominada Vidal também é usada.
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Cave Spring Cellars, Niágara Península, Canadá. A vinícola pertence à família Pennachetti com tradição vinícola na região de Niágara desde 1920. Branco elaborado exclusivamente a partir de uvas Riesling advindas do vinhedo Beamsville Bench, sem passagem por madeira, mas mantido em contato com as leveduras por três meses. Apresenta cor amarelo-palha de reflexos esverdeados e aromas cativantes de pêssegos e maçãs maduras permeados por notas florais e de mel, além de típicos toques minerais. No palato, é frutado, estruturado, equilibrado, tem bom volume de boca, ótima acidez e final longo e sápido. Surpreende pela tipicidade e profundidade. Pratos da culinária oriental devem acompanhá-lo muito bem. EM

CHINA

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As primeiras uvas chegaram à China vindas do Uzbequistão pelas mãos do general Chang Chien, durante a Dinastia Han
Embora tenha até variedades autóctones, a tradição de cultivo de uvas para a produção de vinho na China é relativamente nova. Entretanto, como acontece em quase todos os setores no país, em tempo extraordinariamente curto a China emergiu como um novo expoente da indústria vinífera mundial, tendo a quinta maior área de vinhedos e a sétima maior produção da bebida no globo (segundo dados de 2004). O consumo local dobrou entre os anos de 1999 e 2004, sendo suprido por – supreendentemente – 90% de vinhos chineses.
A história dá conta de que as primeiras uvas chegaram à China vindas da região onde hoje fica o Uzbequistão pelas mãos do general Chang Chien, durante a Dinastia Han, entre os anos de 136 e 121 a.C., tendo sido plantadas em Xinjiang e Shaanxi (Xian). Com a conquista de Turpan, na fronteira com a Rússia, “Snake and Dragon” – uva tinta conhecida também como Cabernet Gernischet – e “Pearl and Mare’s Teat” – uva branca de mesa, conhecida em chinês pelo nome de Maru – foram importadas e cultivadas com sucesso no país. A partir daí, a vitivinicultura prosperou na China, especialmente nas províncias de Gansu e Shanxi, na parte central. Em 1892, um oficial do governo Qing, Zhang Bishi, montou a vinícola Chang Yu, em Yantai, introduzindo aproximadamente 150 variedades de vitis vinífera importadas da Europa. Outras vinícolas estabelecidas na época foram Qingdao, Shang Yi e Tung Hua, todas com foco em produzir vinhos para serem servidos a comunidades de estrangeiros residentes na China. Já em 1949, o governo chinês expandiu as vinícolas e, por razões econômicas, passou a incorporar sucos, água, corantes e cereais fermentados ao vinho. Consequentemente, até pouco tempo atrás, o termo “vinho” era mal compreendido dentro do país.
A participação do vinho na moderna economia chinesa teve o pontapé inicial em 1979, quando uma série de medidas governamentais tornou possível que investidores estrangeiros instalassem uma indústria vinífera moderna no norte do país. Em maio de 1980, a gigante Remy Martin montou a primeira vinícola – a Winery Dinasty. A partir daí, surgiram outros projetos como o da Pernod Ricard, da destilaria norte-americana Seagram e da Domecq. Todas essas joint-ventures apoiaram seus trabalhos em equipamentos modernos de vinificação, clones de uvas viníferas europeias e enólogos estrangeiros para produzir os primeiros rótulos chineses com estilo ocidental. A partir daí, vinícolas chinesas seguiram o estilo.
Em meados da década de 1990, o governo chinês, focado nos benefícios do vinho para a saúde, repetidamente lançou pacotes de incentivo ao setor, causando um boom de consumo por todo o país e, consequentemente, impulsionando tanto a indústria local, quanto as importações. Na metade dos anos 2000, um grande número de companhias havia estabelecido vinícolas no formato de Château, rodeadas por vinhedos e oferecendo atrações turísticas para visitantes.
As cepas mais cultivadas atualmente são variedades internacionais. Dentre as tintas, destacam-se Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc; dentre as brancas, Riesling – principalmente Welschriesling – e Chardonnay. As uvas nativas têm sido mais utilizadas na produção de vinhos de mesa.
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Greatwall, Shandong, China (Sem importador). A vinícola Greatwall foi fundada em 1983 e possui cerca de 75 hectares de vinhedos localizados, em sua maioria, na província de Shandong. Tinto elaborado a partir de uvas Cabernet Sauvignon, com passagem por madeira. Apresenta cor vermelho-rubi translúcido e aromas de frutas vermelhas maduras, notas florais, minerais e de especiarias doces, além de toques de couro, cedro e de tabaco. Em boca, é austero, estruturado, tem boa acidez, taninos marcantes e final médio. Em vez de fruta exuberante e untuosa, privilegia um estilo mais clássico, sutil e com certa elegância. EM

CROÁCIA

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Dalmácia é uma das regiões de destaque na Croácia, com uvas típicas como a tinta Plavac Mali
A viticultura croata vem de longa data, quando as primeiras videiras foram trazidas pelos antigos gregos ou fenícios, através da costa do Adriático. No final do século XIX e início do século XX, o país exercia um importante papel no cenário do vinho europeu, porém atualmente a indústria ainda lida com as sequelas da guerra civil.


Regiões e uvas

Há duas principais regiões produtoras bastante distintas entre si, separadas por cadeias de montanhas que acompanham a costa: Kontinentalna Hrvatska ou Inland Croatia, mais ao interior, e Primorska Hrvatska ou Coastal Croatia, no lado mais litorâneo. Mais de dois terços da produção de vinhos da Croácia – e aproximadamente 90% da produção de Kontinentalna Hrvatska – é de brancos.
Em Inland Croatia – de clima continental –, a cepa dominante é Laski Rizling (ou Welschriesling), lá conhecida como Grasevina. Além dela, cultiva-se Gewürztraminer, variedades de Pinots, Chardonnay, Riesling, Sauvignon Blanc, Furmint (denominada Moslavac na Croácia), Blaufränkisch (denominada Frankovka), Portugieser (Portugizac) e um pouco de Müller-Thurgau (Rizvanac). Os vinhos croatas costumam ser mais maduros e terrosos se comparados aos vizinhos eslovenos.
Por outro lado, em Coastal Croatia – de clima é mediterrâneo – vinifica-se tintos a partir de Cabernet Sauvignon, Merlot, Teran – autóctone croata. A variedade branca mais expressiva é Malvazija Istarka, outra indígena, que gera vinhos com bom corpo, secos, com alguma mineralidade e final de boca que lembra amêndoas. Na região, também cultiva-se Gamay (lá conhecida como Borgonja), Chardonnay, Pinots e Muscat Blanc (Muskat Momjanski).
Ainda em Coastal Croatia, encontra-se uma diversidade de uvas nativas dentre as quais destacam-se as brancas Posip e Grk cultivadas na ilha de Korcula e a tinta Plavac Mali, típica da sub-região da Dalmácia, base de tintos com bom corpo e ótimo potencial. Por muitos anos debateu-se se a Plavac Mali e a Zinfandel não eram a mesma cepa (a Zinfandel é originária da Croácia). Estudos da Universidade de Davis, na Califórnia, concluíram que Plavac Mali é, na verdade, fruto de um cruzamento espontâneo entre Zinfandel (no país, chamada de Crljenak Kastelanski) e Dobricic.
Nos últimos anos, as áreas de vinhedos vêm se expandindo graças a iniciativas como a da organização “Roots of Peace”, que remove minas terrestres do solo, permitindo o replantio de mudas.
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Katarina, Korcula, Croácia. A vinícola é fruto da paixão dos texanos Lee e Penny Anderson pela Croácia e no potencial da região da Dalmácia. Branco elaborado exclusivamente a partir da autóctone Posip, nativa da ilha de Korcula, com parte do vinho estagiado em madeira. Apresenta cor amarelo-palha de reflexos esverdeados e aromas de frutas cítricas e tropicais, bem como notas florais, herbáceas e pronunciadas notas minerais. No palato, é frutado, estruturado, vibrante, equilibrado, tem bom volume de boca, ótima acidez e final persistente, confirmando o nariz. Ideal na companhia de frutos do mar em geral. EM

ESLOVÊNIA

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Goriska Brda, continuação da região de Collio, na Itália, é a mais prestigiada área da Eslovênia
Apesar de pequena, a Eslovênia tem longa história na vitivinicultura. De fato, sua tradição vinícola remonta há 2.400 anos. Os celtas e os ilíricos já faziam vinho na região antes da chegada dos romanos. Na Idade Média, a bebida continuou sendo produzida por monges. Tendo feito parte do Império Austro-húngaro e, mais tarde, da Iugoslávia, logo após a II Guerra Mundial, o foco da indústria no país foi dado por cooperativas e estava na quantidade. A Eslovênia se tornou independente em 1991 e, felizmente, muitos rótulos excelentes e longevos haviam sido produzidos, especialmente na região de Podravje, servindo como base para a atividade vinícola nos dias atuais.
O clima é essencialmente continental, com verões quentes e invernos secos e frios. Geadas, granizo e até mesmo secas costumam ocorrer em todo o país. Tradicionalmente, a vinificação era feita em barris de carvalho esloveno; atualmente, utilizam-se tanques de inox e maturação em barris de carvalho francês e do leste europeu.
Antes de serem lançados ao mercado, a legislação eslovena determina que os vinhos passem por uma minuciosa análise técnica e sensorial para aferir seu nível de qualidade. Assim, um rótulo pode ser classificado como: namizno vino (vinho de mesa), dezelno vino PGO (vinho de país, vindo de uma única região), kakovostno vino ZGP (vinho de qualidade) ou vrhunsko vino ZGP (vinho de qualidade premium). Além disso, de acordo com o grau de açúcar residual, os vinhos são rotulados como: suho (seco), polsuho (meio-seco), polsladko (meio-doce) ou sladko (doce).

Regiões e uvas

A Eslovênia divide-se em três regiões vinícolas: Podravje, Posavje e Primorska. Podravje é a maior e subdivide-se em sete distritos. As cepas mais cultivadas são Laski Rizling (Weschriesling) e Sipon (ou Furmint), que se destinam à produção de vinhos de massa. Já Renski Rizling (Riesling), Chardonnay, Sauvignon Blanc, Sivi Pinot (Pinot Gris), Beli Pinot (Pinot Blanc), Diseci Traminec (Gewürztraminer) e Modri Pinot (Pinot Noir) são utilizadas na produção de rótulos varietais de melhor qualidade. Quase todo o vinho feito em Podravje (aproximadamente 95%) é branco, embora a produção de tintos, especialmente Modri Pinot, venha aumentando.
Posavje, por sua vez, é a menor e menos importante região vinícola eslovena e produz um pouco mais de tintos do que de brancos. Os vinhos de massa prevalecem e, no local, é feito um tradicional blend tinto denominado Metliska Crnina, além de um corte feito de uvas tintas e brancas muito popular e bastante ácido, chamado Cvicek.
A indústria vitivinícola da região de Primorska – que significa “ao lado do mar” – possui quatro distritos, entre eles o de Goriska Brda, que é a continuação da região de Collio, na Itália, e tem se desenvolvido muito desde o início dos anos 1990, sendo hoje a mais prestigiada área da Eslovênia. Lá está o maior número de grandes produtores, bem como a maioria dos melhores tintos eslovenos, embora ainda haja prevalência dos brancos, que normalmente apresentam melhores qualidade e valor.
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Marjan Simcic, Brda, Eslovênia. O enólogo Marjan Simcic assumiu a vinícola da família com apenas 20 anos e foi um dos principais responsáveis por chamar atenção ao grande potencial vitivinícola da região de Goriska Brda. Tinto de pequena produção elaborado exclusivamente a partir de 85% Merlot e 15% Cabernet Sauvignon, com estágio de 45 meses em barricas de carvalho francês. Apresenta cor vermelho-rubi intenso e aromas de frutas negras maduras, como ameixas e cassis, bem como notas florais, minerais, de ervas secas e de especiarias, além de toques tostados e de tabaco. No palato, é frutado, suculento, redondo e muito elegante, tem ótima acidez, taninos macios e final longo, com agradável toque de grafite. EM

ÍNDIA

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Acredita-se que as primeiras vinhas indianas foram introduzidas no norte do país, vindas da Pérsia, no século IV a.C.
As vinhas provavelmente foram introduzidas no norte da Índia vindas da Pérsia, no século IV a.C. Todavia, a produção de vinhos só teria iniciado muitos séculos depois. Além disso, o vinho tem mantido o status de bebida da casta Kshatriya, dos aristocratas e guerreiros, e não das massas, que preferem consumir bebidas mais fortes, feitas de trigo e cevada.
No século XIX, na era Vitoriana, a vitivinicultura indiana recebeu incentivo extra para se desenvolver por conta dos anseios das classes britânicas mais ricas. Porém, por volta de 1890, os vinhedos do país foram atingidos pela filoxera.
A participação da Índia no cenário mundial começou a mudar nos anos 1990. Até lá, a pequena indústria local não era notada fora do país, muito por conta da qualidade do vinho, tipicamente doce, alcoólico, produzido de forma rudimentar e feito para ter o paladar de vinho Madeira. O renascimento da vitivinicultura indiana se iniciou com o estabelecimento do Château Indage próximo a Pune – em 1984 – e da Grover Vineyards ao norte de Bangalore – em 1988 –, ambos com aspirações de elaborar bons rótulos para exportação. Foram plantadas mudas de Chardonnay, Ugni Blanc, Pinot Blanc, Pinot Noir, Cabernet Sauvignon, Merlot e Clairette. Além disso, importaram-se novos e modernos equipamentos. Programas específicos para a formação de agrônomos e enólogos foram criados em Karnataka e a “Wine Society of India” foi fundada com foco em desenvolver a indústria do vinho e negócio vitivinícola no país.
As regiões vitícolas mais importantes são os estados vizinhos de Maharashtra, Karnataka e Andhra Pradesh.
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Grover Vineyards, Bangalore District, Índia. Fundada em 1988 pela família Grover, a vinícola conta com a consultoria do enólogo francês Michel Rolland para elaborar este tinto composto de uvas Cabernet Sauvignon e Shiraz advindas de vinhedos localizados em Nadi Hills, cerca de 50 quilômetros ao norte de Bangalore. Apresenta cor vermelho-rubi de reflexos violáceos e aromas de frutas vermelhas e negras maduras, bem como notas florais, herbáceas e de especiarias picantes, além de toques minerais e de chocolate. Em boca, é frutado e chama atenção pela ótima acidez que aporta frescor ao conjunto. Tem taninos macios e final médio ressaltando os toques especiados do nariz. EM

INGLATERRA

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Apesar da ainda pequena produção hoje, Inglaterra foi um importante produtor de vinho na Idade Média
A Inglaterra é o maior, mais quente e único produtor de vinhos da Grã-Bretanha, ainda que essa produção seja pequena se comparada aos seus vizinhos europeus. Acredita-se que a vitivinicultura tenha sido introduzida no país pelos romanos. Se isso é verdade ou não, o fato é que o plantio das primeiras videiras não foi feito por eles. Resíduos de pólen de vitis vinífera foram encontrados por arqueólogos em Essex e em Suffolk e classificados como sendo, provavelmente, do período entre a segunda e a terceira eras do gelo. Há relatos de que a Inglaterra tenha sido um importante produtor de vinho na Idade Média. Esse fato, somado à influência da corrente do Golfo – que ajuda a moderar o clima da região, tornando-o mais propício ao desenvolvimento de vinhedos – levou ao renascimento da viticultura inglesa a partir da metade do século XX.

É importante não confundir “English Wine” com “British Wine”. Enquanto “English Wine” são, de fato, vinhos produzidos a partir de uvas frescas cultivadas e colhidas na Inglaterra, o termo “British Wine” refere-se à uma bebida obtida da fermentação de concentrado de uva importado e reconstituído.

Regiões e uvas

De fato, as áreas de vinhedos estão concentradas nos distritos mais ao sul, e, portanto, mais quentes do país, especialmente em Kent e Sussex. Ainda assim, a preocupação com a ocorrência de geadas na primavera, pouca frutificação e podridão no outono são constantes, considerando-se o clima frio e úmido da Inglaterra. Por conta da distância da linha do Equador, normalmente as uvas precisam permanecer nas videiras até o final de outubro, ou mesmo começo de novembro. Consequentemente, somente cepas que amadureçam com mais facilidade e que tenham boa resistência a fungos são adequadas. As variedades mais cultivadas são Seyval Blanc, Reichensteiner, Müller-Thurgau e Bacchus. Schonburger, Madeleine Angevine, Pinot Noir, Huxelrebe e Chardonnay, além de Rondo, Dornfelder e Teinturier também têm seu espaço. Um fenômeno recente foi o aumento do cultivo de Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier.
A principal característica dos vinhos ingleses é sua alta acidez, muito apropriada para a produção de espumantes pelo método tradicional, que vem se tornando o produto de maior elaboração na Inglaterra. Paralelamente, técnicas de vinificação cada vez mais sofisticadas têm sido introduzidas para obtenção de melhores vinhos tranquilos.
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Hush Heath Estate, Kent, Inglaterra. A região do Condado de Kent tem o mesmo tipo de solo encontrado na região de Champagne, na França, e vem demonstrando potencial para elaborar vinhos espumantes, como é o caso deste rosado Brut elaborado a partir de 53% Pinot Noir, 38% Chardonnay e 9% Pinot Meunier, com 18 meses em contato com as leveduras. Apresenta cor rosa-salmão e perlage fino e delicado. Os aromas lembram frutas vermelhas como morangos e framboesas, bem como notas florais, minerais, tostadas e de frutos secos. No palato, é frutado, equilibrado, tem boa cremosidade, acidez refrescante e final persistente. Gostoso e agradável, pede a companhia de frutos do mar ou carnes brancas em geral. EM

ISRAEL

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A indústria israelense sobreviveu exportando vinhos kosher para todo o mundo por mais de um século
A terra bíblica reivindica para si a façanha de ser o berço da indústria do vinho mundial. Pudera. O Velho Testamento, no livro do Deuteronômio, já especificava a uva como uma das sete espécies de fruta abençoadas.
O cultivo de vinhedos seguiu pela era Cristã até mesmo após a destruição do segundo Templo de Jerusalém, até 636 d.C., quando islâmicos destruíram todas as videiras. Na época das Cruzadas, a produção de vinho foi retomada temporariamente, entre os anos de 1100 e 1300, mas, com o exílio dos judeus, a atividade cessou novamente.
No final do século XIX, os judeus retornaram da Diáspora para a Terra Sagrada e, finalmente, em 1882, com o apoio do barão Edmond de Rothschild, a vitivinicultura se tornou parte importante dos programas de restabelecimento da agricultura – foi o barão quem montou a primeira vinícola. E até 1957, a família Rothschild era proprietária de vinícolas no país, que foram doadas para cooperativas.
A indústria sobreviveu exportando vinhos kosher para todo o mundo por mais de um século, produzidos basicamente a partir de Carignan. O salto de qualidade começou em 1980, a partir do plantio de variedades nobres, combinado com o trabalho de enólogos experientes vindos inicialmente da Califórnia e investimentos maciços em tecnologia de ponta.
O clima de Israel é mediterrâneo. O inverno vai de outubro a março, com chuva e neve ocasional nas áreas mais altas, e o verão quente e úmido, sem chuva, de abril a outubro. Irrigação por gotejamento é essencial para a nutrição das vinhas, que são podadas de modo que os cachos fiquem protegidos da incidência do sol muito forte. Grande parte da colheita é mecânica.

Regiões e uvas

As cepas autóctones praticamente se extinguiram. Atualmente, as variedades mais cultivadas são Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Merlot, Sauvignon Blanc. Também há vinhedos de Cabernet Franc, Pinot Noir, Gewürztraminer, Riesling e Muscat Canelli.
Cinco são as regiões produtoras israelenses: Galileia, Samaria (Shomron), Sansão (Samson), Colinas da Judeia (Judean Hills) e Negev. A Galileia é a região vinícola mais importante em termos de qualidade, incluindo os distritos de Baixa Galileia, Alta Galileia, Colinas de Golan e Tabor. No inverno é comum nevar nos pontos mais altos da Galileia, e o calor do verão é temperado pelo vento frio do Monte Hermon, o que, combinado à longa exposição solar, confere aos frutos concentração difícil de se encontrar em outras áreas do país.
A Samaria é a maior região vinícola de Israel. O clima tipicamente mediterrâneo torna os melhores vinhos elegantes e de aroma intenso. As principais cepas brancas são Chardonnay e Sauvignon Blanc, e as tintas, Cabernet Sauvignon e Merlot. Elas reaparecem mais ao sul, em Sansão (Shimshon), onde os vinhos brancos tendem a ser encorpados e intensamente frutados, e os tintos, grandes, densos e robustos. No interior, as Colinas da Judeia ainda não estão muito desenvolvidas e possuem alguns vinhedos ao norte de Jerusalém, em terraços ou vales estreitos de solo fino, limoso e pedregoso que resultam em exemplares excepcionais de vinhos ao estilo do Velho Mundo, sendo os melhores os brancos tipo Borgonha e os tintos tipo Bordeaux.
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Ella Valley Winery, Ella Valley, Israel. Os primeiros vinhedos do projeto foram plantados em 1998, já a vinícola foi construída em 2001 e os primeiros vinhos lançados são da safra 2002. Branco de pequena produção elaborado exclusivamente a partir de uvas Chardonnay, com estágio de 70% do vinho em barricas de carvalho francês durante 11 meses. Apresenta cor amarelo-palha e aromas de frutas tropicais maduras lembrando abacaxi, bem como notas florais, tostadas, de especiarias doces e de frutos secos. No palato, é frutado, encorpado, estruturado, untuoso, tem boa acidez e final persistente com traços de mel. Potente e suculento pede a companhia de peixes mais gordurosas ou carnes de porco grelhadas. EM

LÍBANO

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A vitivinicultura libanesa tem muita influência francesa
O Líbano é um dos mais antigos produtores de vinhos do mundo. Seu território incorpora regiões onde estava a maior parte da Fenícia. Em Baalbek – cidade antiga do Vale de Bekaa, centro da vitivinicultura libanesa – está o Templo de Baco, construído na metade do século II e recentemente escavado por arqueólogos.
No passado, o país passou por um período de administração francesa, que gerou uma grande demanda por vinhos e estabeleceu uma cultura em torno da bebida. Entretanto, de 1975 a 1990, durante a longa guerra civil que assolou o Líbano, o desenvolvimento do setor foi estancado. Passados os conflitos, novas vinícolas se estabeleceram e uma nova geração voltou a explorar o potencial e o formidável terroir do Vale de Bekaa.

Regiões e uvas

A maioria dos vinhedos está no oeste de Bekaa e Zahleh. Lá os verões são secos, as noites frias e o índice pluviométrico providencia que as uvas raramente amadureçam antes do meio de setembro (muito depois da época das colheitas do sul da França, por exemplo).
A influência francesa se faz notar até os dias atuais, uma vez que as uvas mais comumente plantadas são Cinsault, Carignan, Cabernet Sauvignon, Merlot, Mourvèdre, Grenache, Syrah, Ugni Blanc e Clairette. Cepas autóctones como Obaideh e Merwah ainda são encontradas. Percebe-se muito da França também no nome da associação nacional do país, a “Union Vinicole du Liban”, formada em 1997 e que tem como objetivo criar um sistema de denominações controladas similar ao francês.
O vinho mais celebrado do Líbano ainda é o distinto Levantine Château Musar, produzido pela família Hochar. A segunda maior vinícola do país é o Château Ksara, fundada em 1979. Entretanto, se existe um produtor que impactou o setor, que padecia de competitividade até a metade dos anos 1990, é Massaya, uma aliança franco-libanesa formada em 1997.
A produção libanesa é principalmente voltada para o mercado externo. Aproximadamente 90% do vinho libanês é exportado. Isso é necessário, pois o Líbano não é uma nação consumidora da bebida.
Château Musar, Bekaa Valley, Líbano. Château Musar é uma das vinícolas mais tradicionais do Líbano, e Serge Hochar e seu filho são os responsáveis por elaborar este tinto composto de uvas 60% Cinsault, 20% Syrah e 20% Cabernet Sauvignon, com estágio em tanques de concreto por nove meses antes de ser engarrafado. Apresenta cor vermelho-rubi e aromas de frutas vermelhas frescas lembrando cerejas e framboesas, bem como notas florais, minerais e de especiarias doces, além de toques herbáceos e de alcaçuz. No palato, é estruturado, equilibrado, fresco, tem boa acidez, fruta de ótima qualidade, taninos finos e final persistente e elegante. Agradável de beber, deve ficar ainda melhor na companhia de costeleta de cordeiro grelhada. EM
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Massaya, Bekaa Valley, Líbano. A vinícola Massaya está localizada no vale do Bekaa, com tradição vitivinícola desde a época de Cristo e elabora este tinto a partir de 40% Grenache, 30% Cinsault, 15% Cabernet Sauvignon e 15% Mourvèdre, com fermentação e estágio em tonéis de carvalho francês. Apresenta cor vermelhorubi e aromas de frutas vermelhas maduras lembrando cerejas e framboesas, bem como notas florais, terrosas, de especiarias doces e de ervas secas, além de toques de tabaco e de alcaçuz. No palato, é austero, estruturado, mais profundo que cheio, tem boa acidez, taninos marcantes e final persistente, confirmando o nariz. De viés gastronômico, deve ficar ainda melhor na companhia de carnes vermelhas grelhadas. EM

MÉXICO

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Baja Califórnia é a região vitivinícola mais importante do México
Embora poucos saibam, o mais antigo país produtor de vinhos das Américas é o México. De fato, a história de sua vitivinicultura data de 1521, logo após a chegada dos conquistadores espanhóis, que não tinham a menor intenção de deixar seu gosto pelo vinho de lado no novo continente. Tanto é assim que nos anos seguintes uma série de normas foram editadas para estimular o plantio de videiras no território.
Hernan Cortés, um dos mais famosos conquistadores, determinou que todos os espanhóis que se estabelecessem no local deveriam plantar mil mudas de videira para cada 100 plantas nativas existentes na terra que houvessem recebido. Posteriormente, o rei Carlos V fez com que todas as embarcações que deixassem a Espanha rumo ao Novo Mundo carregassem vinhas para cultivo no local. Por isso, o México já era um país autossuficiente na produção de vinho no final do século XVI.
Em 1597, ocorreu a primeira produção comercial de vinhos das Américas, na Missão de Santa Maria de las Parras, onde é atualmente a vinícola Casa Madero. De missão em missão, pelas mãos do padre Juan Ugarte, a viticultura foi se espalhando rumo ao norte, chegando até a região onde hoje fica a Califórnia.
Entretanto, o desenvolvimento da vitivinicultura mexicana levou dois grandes golpes: o primeiro, em 1699, quando a produção de vinhos foi proibida por ordem do rei Felipe II da Espanha, por meio de um ato protecionista que atingiu todas as colônias; e, mais tarde, quando a região foi atingida pela filoxera, o que fez com que apenas alguns hectares de vinhedos chegassem intactos ao começo do século XX. A indústria só foi retomada recentemente, já nos anos 1960.

Regiões e uvas

As cinco principais regiões produtoras de vinho do México são Querétaro, Aguascalientes, Zacatecas, Coahuila e a de longe a mais importante delas, Baja Califórnia, que por sua vez subdivide-se em Valle de Guadalupe, Valle de Calafia, Valle de Santo Tomás, Valle de San Vicente e Valle de San Antonio de las Minas.
Os índices pluviométricos anuais no país são baixos e o clima, similar ao mediterrâneo, ou seja, com verões quentes, secos e ensolarados e invernos amenos e mais úmidos. As principais variedades de uvas são Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Petite Sirah (não confundir com outra variedade Petit Syrah), Zinfandel, Colombard e Chenin Blanc da Califórnia, além de Nebbiolo, Barbera e Tempranillo.
O início do século XXI marcou um enorme salto qualitativo nos vinhos mexicanos e os produtores estão mais ambiciosos. Aumentaram, também, os investimentos estrangeiros no país.
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Bodega de Santo Tomás, Baixa Califórnia, México (Sem importador). Tradicional vinícola mexicana fundada em 1888, pertence à mesma família desde 1962 e elabora este branco exclusivamente a partir de uvas Chardonnay, sem malolática e sem passagem por madeira. Apresenta cor amarelo-citrino de reflexos esverdeados e aromas de frutas tropicais e brancas maduras, bem como notas florais e minerais. Em boca, é frutado, direto, redondo, fresco, tem boa acidez e final médio. Tem boa tipicidade e é fácil e gostoso de beber. Versátil, pode acompanhar desde o aperitivo, até entradas e peixes mais leves. EM
Eduardo Milan
Publicado em 7 de Fevereiro de 2019 às 20:00

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