Os acontecimentos do passado dia 20 de Fevereiro marcaram as comemorações do X Grande Capítulo da Academia Madeirense das Carnes, Confraria Gastronómica da Madeira, que teve o seu ponto alto ontem com a cerimónia de entronização de novos confrades, no Centro Cívico do Estreito de Câmara de Lobos.
Antes da cerimónia capitular, houve uma missa na igreja de Nossa Senhora da Graça, cujo ofertário já foi representativo da temática que envolve estas comemorações este ano que é a solidariedade. Durante o ofertório, foram levados até ao altar materiais de construção que simbolizaram a união e a determinação dos madeirenses na reconstrução da ilha.
Após a eucaristia, os confrades, vindos do continente, de países europeus e ainda de Macau e Cabo Verde, foram depois recebidos no Centro Cívico pelo presidente da autarquia de Câmara de Lobos, Arlindo Gomes.
Após o cocktail, teve lugar a cerimónia capitular que se iniciou com um vídeo de imagens da Madeira e do temporal, acompanhadas pela música de Luís Jardim, feita especialmente para assinalar a reconstrução da ilha.
Para assinalar o décimo aniversário, o presidente da Confraria Gastronómica da Madeira, Gregório Freitas entronizou vários convidados, entre eles o Padre Victor Melícias, João Carlos Abreu, Luís Capoulas Santos, João Paredes, Francisco Albuquerque, Victor Rodrigues, Alberto Lima e ainda António Sanz, para além dos confrades efectivos.
E foi a solidariedade a tónica principal dos discursos de ontem. O presidente da assembleia geral da Confraria, o Padre José Luís começou por realçar os dez anos da Academia, mas finalizou o seu discurso com um obrigado a quem ajudou a Madeira. «O madeirense é um povo lutador, não tem medo de arregaçar mangas, não tem medo da lama, sempre assim foi, e a 20 de Fevereiro demonstrou mais uma vez», salientou. «E se a avalanche das águas e das terras perturbaram, a avalanche de solidariedade que assistimos alegrou-nos».
A oração de sapiência ficou a cargo de Ana Paula Harfouche que disse, perante cerca os representantes de 30 Confrarias, que estas associações não são apenas para comer e beber bem. Deste modo, desafiou a criação de um movimento social para apoiar situações deste género.
E foi pela solidariedade com a Madeira que o Padre Victor Melícias aceitou ser entronizado confrade de honra da Confraria Madeirense. Segundo o Padre Victor Melícias, «tem sido um motivo de satisfação em solidarizar-me com o povo madeirense sobretudo neste momento, por isso aceitei logo».
O mesmo aconteceu com o eurodeputado Capola Santos que se sentiu honrado pelo convite e disse que espera constituir-se «como mais um embaixador de algo que a Madeira tem de muito bom que é a sua gastronomia que está associada à sua imagem de marca de turismo».
Já João Carlos Abreu, outro confrade de honra ontem entronizado, destacou o papel das Confrarias na promoção da fraternidade e que também são veículos de promoção «da nossa terra». |
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