O representante da Comissão Europeia, Bernhard Friess, admitiu que, apesar das propostas que levaram à interdição da pesca do tubarão-gata, em Câmara de Lobos, se basearem nos melhores pareceres científicos disponíveis,podem não ser «a solução ideal».
A posição que abre assim esperança na possibilidade de negociações que levem ao levantamento da interdição decretada desde 1 de Janeiro pela Comissão Europeia, foi tomada numa reunião em Bruxelas, organizada pelo eurodeputado José Inácio Faria, eleito pelo MPT.
No encontro para discutir a proibição das capturas acessórias do tubarão-gata na pesca de peixe-espada preto na Região e identificar possíveis soluções para minimizar os impactos socioeconómicos negativos dessa interdição, estiveram presentes, além de eurodeputadas madeirenses, Cláudia Monteiro de Aguiar e Liliana Rodrigues, elementos ligados à política marítima da Comissão Europeia, o deputado da ALM, Roberto Vieira e ainda representantes do setor das pescas na Madeira (Coopescamadeira), Luís Calaça Sousa e Cid Paulino.
Na oportunidade, José Inácio Faria salientou que o problema afeta em particular a Madeira, nomeada- mente as capturas acessórias de tubarão “gata/lixa”, mas que é comum aos Açores e a certas áreas do Continente, em particular Sesimbra, mas também a outras áreas da Europa, incluindo certas regiões da Itália.
Por seu turno, Roberto Vieira, defendeu que os tubarões capturados de forma involuntária aquando da pesca de peixe-espada preto com o tradicional palangre de fundo possam ser aproveitados pelos pescadores e avançou, desde logo, com a eventual possibilidade de se alterar o Regulamento.
Alertou ainda para o impacto negativo que estas medidas têm nas famílias envolvidas na pesca do peixe-espada.
Finalmente, Luis Calaça Sousa lembrou tratar-se de um tipo de pesca que já tem mais de 200 anos na Região e que sempre capturou, duma forma acessória e manifestamente involuntária, alguns tubarões de profundidade.
Fonte: Jornal da Madeira, 26 de Fevereiro 2015
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