“Vou à venda e já volto” – disse eu, sábado passado.
Esta expressão resiste estoicamente, na Madeira.
Esta expressão resiste estoicamente, na Madeira.
Aceitei o desafio proposto por um grupo de amigos, para escrever este artigo no blog – Uma rota das ponchas na Madeira.
(Por motivos de discernimento e prudência…a Rota foi dividida em 2 partes, digamos que esta é a rota 1, logo virá a rota 2.)
As vendas da Madeira são o símbolo de outros tempos, o tempo dos nossos avós em que a vida tinha outra calma; outros tempos.
Nessa altura, os produtos vendiam-se avulso, sem pré-embalagens, nem paletes. As vendas vendiam de tudo. Desde cremes, semilhas, vassouras e pás, passando pelos “gamses” (pastilhas elásticas) e até barbantes. Ao lado da venda havia sempre o indispensável bar, que vendia o vinho com laranjada e a poncha de aguardente.
Foi com alegria e prazer que revivi esse antigamente, onde as contas ficavam registadas no “rol” e eram pagas no fim do mês. Vimos mesmo um desses livros, que felizmente sobrevive desde 1915 para contar história.
Espero que as vendas sobreviventes, continuem a resistir à velocidade dos nossos tempos e que permaneçam como vivo exemplo do comércio tradicional madeirense.
Esta rota ( Rota 1) contempla 4 vendas e um snack-bar. Começa no Caniço, vai até Câmara de Lobos e acaba no Funchal. Os preços variam desde 1,5€ a 2,5 €.
Cá vai disto:
Venda do Noé
Quem aqui entra, recua ao tempo do Noé, o Sr. que em 1915 anotava em contos de réis as contas da sua venda. De porta aberta a todos os que querem entrar, é agora o Sr. Celestino quem nos recebe, com uma calma e um sorriso de quem estima o que faz.
Esta venda tem a mestria de fazer poncha de tangerina, feita na hora com fruta fresca – um convite à amena cavaqueira entre amigos, num sábado à tarde.
Quem aqui entra, recua ao tempo do Noé, o Sr. que em 1915 anotava em contos de réis as contas da sua venda. De porta aberta a todos os que querem entrar, é agora o Sr. Celestino quem nos recebe, com uma calma e um sorriso de quem estima o que faz.
Esta venda tem a mestria de fazer poncha de tangerina, feita na hora com fruta fresca – um convite à amena cavaqueira entre amigos, num sábado à tarde.
A venda do Noé fica na Mãe de Deus – Caniço, mesmo ao lado da capela mais antiga da Madeira, Capela da Mãe de Deus (a única, segundo o Sr. Celestino) que celebra a missa do parto a 24 de Dezembro – fica a promessa de lá voltar, antes do Natal de preferência!
Morada: Caminho da Mãe de Deus nº 43, Caniço.
FidyPoncha
Chegando ao Estreito de Câmara de Lobos encontra a venda do Sr. Fidélio Figueira, que serve ponchas, sempre, feitas na hora.
Tem também uma acolhedora sala de refeições, que convida a saborear os famosos pregos e picados. Este espaço expõe também fotografias antigas desta mercearia, que conta já com mais de um século de vida. As especialidades são a poncha de tomate Inglês e a poncha regional, recomendo ambas, espectáculo!
Chegando ao Estreito de Câmara de Lobos encontra a venda do Sr. Fidélio Figueira, que serve ponchas, sempre, feitas na hora.
Tem também uma acolhedora sala de refeições, que convida a saborear os famosos pregos e picados. Este espaço expõe também fotografias antigas desta mercearia, que conta já com mais de um século de vida. As especialidades são a poncha de tomate Inglês e a poncha regional, recomendo ambas, espectáculo!
Morada: Caminho do estreitinho nº1, Estreito de Camara de Lobos
Venda do André
Situada na Quinta Grande, esta venda tem cerca de 70 anos de idade e está decorada com o seu mobiliário antigo. Nos armários desta venda encontra verdadeiras relíquias, desde antigas máquinas de café, a serviços de louça, a notas de escudos e a fotografias de celebridades. Foi também o primeiro local da Madeira a servir ginja em copo de chocolate, mas nós vínhamos era pra’ poncha de laranja, que é bem boa.
Situada na Quinta Grande, esta venda tem cerca de 70 anos de idade e está decorada com o seu mobiliário antigo. Nos armários desta venda encontra verdadeiras relíquias, desde antigas máquinas de café, a serviços de louça, a notas de escudos e a fotografias de celebridades. Foi também o primeiro local da Madeira a servir ginja em copo de chocolate, mas nós vínhamos era pra’ poncha de laranja, que é bem boa.
Morada: Estrada João Gonçalves Zarco, Quinta Grande
A Vaquinha do calhau
Uma amiga falou-me desta poncha de pitanga: “ A única poncha que eu nunca digo não.” E nós lá fomos atestar. O Alberto é um supra-sumo no que diz respeito a ponchas. Há 15 anos que prepara ponchas e sabe muito bem o que a torna especial. A sua poncha de pitanga é irresistível. Provamos também a poncha de frutos vermelhos: mirtilos, framboesa, amora e morango, uma delícia. E quanto aos “dentinhos” (petiscos), deu-nos a provar o gaiado, as ventrechas de atum e os pickles de vegetais. Este bar tem a vantagem de estar lado a lado, com a baía de Camara de Lobos e beber uma poncha à beira-mar é “ouro sobre azul”.
Uma amiga falou-me desta poncha de pitanga: “ A única poncha que eu nunca digo não.” E nós lá fomos atestar. O Alberto é um supra-sumo no que diz respeito a ponchas. Há 15 anos que prepara ponchas e sabe muito bem o que a torna especial. A sua poncha de pitanga é irresistível. Provamos também a poncha de frutos vermelhos: mirtilos, framboesa, amora e morango, uma delícia. E quanto aos “dentinhos” (petiscos), deu-nos a provar o gaiado, as ventrechas de atum e os pickles de vegetais. Este bar tem a vantagem de estar lado a lado, com a baía de Camara de Lobos e beber uma poncha à beira-mar é “ouro sobre azul”.
Morada: Largo Poço 5/6, Câmara Lobos
Mercearia do Avô
Já de regresso ao Funchal, visitamos mais esta mercearia à moda antiga, em S. Roque. Simpatia não lhe falta, já que Luís Ramalho, recebe-nos como quem recebe um amigo em casa. É que esta mercearia tem muito que se lhe diga…
Este espaço quase museológico, tem peças antigas de decoração, tais como as cadeiras de madeira dos arraiais madeirenses, uma balança antiga de carne e peixe, uma máquina de fazer cachorros quentes (que me fez viajar até à infância) e bom gosto, fruto da devoção de um apreciador de antiguidades. Tem também uma adega com vista para a baia do Funchal e para uma horta biológica que cultiva (entre outras coisas) espinafres e pêra-meloa, já viram alguma? A partir de Junho, serve refeições por encomenda para grupos; cozido à Portuguesa, entre outros. Quanto à Poncha de limão, esta não desiludiu e faz jus ao local onde se encontra – 5 estrelas.
Já de regresso ao Funchal, visitamos mais esta mercearia à moda antiga, em S. Roque. Simpatia não lhe falta, já que Luís Ramalho, recebe-nos como quem recebe um amigo em casa. É que esta mercearia tem muito que se lhe diga…
Este espaço quase museológico, tem peças antigas de decoração, tais como as cadeiras de madeira dos arraiais madeirenses, uma balança antiga de carne e peixe, uma máquina de fazer cachorros quentes (que me fez viajar até à infância) e bom gosto, fruto da devoção de um apreciador de antiguidades. Tem também uma adega com vista para a baia do Funchal e para uma horta biológica que cultiva (entre outras coisas) espinafres e pêra-meloa, já viram alguma? A partir de Junho, serve refeições por encomenda para grupos; cozido à Portuguesa, entre outros. Quanto à Poncha de limão, esta não desiludiu e faz jus ao local onde se encontra – 5 estrelas.
Morada: Caminho Velho da Quinta 52, Funchal
Resta-me concluir com duas notas:
Nº 1 “Beba com moderação. Se conduzir não beba e se beber não conduza!”
Nº 2 “Quem tem amigos, tem um tesouro.”
Nº 1 “Beba com moderação. Se conduzir não beba e se beber não conduza!”
Nº 2 “Quem tem amigos, tem um tesouro.”
Aqui fica o mapa com todos os bares aqui referidos.
Fonte: From Madeira to Mars
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