Chegamos a Oviedo, capital das Astúrias, a meio da tarde. Depois de uma pausa para descanso rumamos a La Foz de Morcín onde, pelas 18h00, a comitiva da Confraria de Nabos e Companhia foi recebida pela anfitriã, a que se seguiu um jantar com as duas irmandades, no Edifício Municipal de Serviços Múltiplos de La Foz, abrilhantado pelos tocadores de gaita e tambores que integrou a nossa comitiva e pertence à Confraria dos Sabores da Abóbora de Souza.
La Foz de Morcín é uma das sete freguesias do município de Morcín, que se localiza na província e comunidade autónoma das Astúrias, encravada na zona montanhosa entre a Galiza e a Cantábria, na nossa vizinha Espanha. Todo o município tem 65 núcleos habitacionais, dos quais 53 tem uma população inferior a 100 habitantes, sendo que, dos restantes, 12 têm uma população que não ultrapassa os 1000 habitantes cada, rondando La Foz os 600 habitantes. Em termos demográficos a perda populacional do município, entre 1981 e 2006, mediou 15%; nesta aldeia, posteriormente a este intervalo de tempo, ocorreu a desativação da mina de carvão. A partir da amostra a que tivemos acesso, se pode estabelecer o paralelo, entre as localidades de interior portuguesas e espanholas, percebendo haver necessidade de não se deixarem morrer, dando a conhecer ao mundo as suas múltiplas valências e culturalidade, iniciativa muito louvável por parte dos núcleos duros destas localidades.
No sábado dia 13, pelas 9h30min teve lugar a receção e café da manhã de boas vindas no mesmo espaço onde foi servido o jantar no dia anterior, em que se juntaram as confrarias anfitriã e convidada. Às 10h30min, realizou-se uma sessão solene religiosa, na rica e bela igreja local, decorada de forma muito interessante, alusiva à temática, tendo-se seguido o desfile das irmandades, encabeçado pelos tocadores de gaita, Soto Rei, pelas ruas de La Foz, abrilhantada, também, pela associação de dança e música tradicional La Xordia, dentre outros, que terminou com a pose para a fotografia de família, de todos os intervenientes, no encantador Parque Municipal.
Pelas 12h00 na “Plaza del Cura” visitaram-se múltiplas barracas de: agropecuárias da região, vinhos de Monastério de Corias (da Terra de Cangas), queijos de Afuega’l Pitu, salsichas de Pura raça, nabos de La Cofradía, queijos asturiano, mel, dentre outras, seguida de degustação de cidra Hermínio.
A cerimónia na Igreja Paroquial do XIV Grande Capítulo, com nomeação de Confrades de Honra, decorreu pelas 12h45min, bem como a entrega de prémios do V Concurso “Los nabos na cocina” para Escolas de Hotelaria do Principado das Astúrias, organizada pela Cofradía Amigos de Los Nabos de la Foz de Morcín e la Escola de Hotelaria do IES Valle de Aller.
Esta entronização, pela sua riqueza, encheu o interesse e curiosidade de alguns, tendo os entronizados terminado com uma dissertação em sequência do seu juramento. Uma nota muito bem pensada e muito curiosa – os novos confrades beijam o nabo que, para o efeito, desce do arco onde se suspendem diversos, e o central, enorme, desce até ao nível do entronizado, para este o beijar. Parabéns pela feliz ideia!
O grupo de Gaiteiros, abrilhantou a parte final deste momento solene, finalizando com o “Hino da Astúrias”, que muito terá emocionado os assistentes. Parabéns, por continuarem a ter consciência de que são um povo!
O evento culminou com um almoço de confraternização, em que o arranjo da mesa, enfeitado com jarras de gipsifilacercada de nabos e teve lugar no edifício Municipal de Serviços Múltiplos de La Foz; este convívio finalizou com uma animada sobremesa, rematada pelo toque dos gaiteiros.
Obrigada à Confraria anfitriã, que tão bem soube acolher com simpatia e carinho, à Confraria portuguesa congénere que nos facultou a viagem, bem como, às outras Confrarias presentes, com quem dialogamos. Destes contactos, efetuados com franca amizade, resulta um enriquecimento que nos apraz registar Bem hajam!
O regresso teve lugar no dia 14, posteriormente a uma visita guiada, efetuada ao núcleo central da cidade de Oviedo, por dois elementos da Confraria anfitrião e um almoço de confraternização em que estes participaram, confecionado ao ar livre, em espaço público de lazer, pelo cozinheiro de serviço e seus adjuntos.
Rumamos Algumas paragens técnicas deram lugar a franco diálogo e entretenimento, particularmente com a farta neve que ainda persistia desde o dia 6 (..).
Enxertos do texto de Ivone Neto, Confrade da Confraria da Sopa do Vidreiro (Marinha Grande).
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